Dominado pelo sono.
Eu tinha passado um fim de semana normal, sem grandes agitações ou novidades. Como sempre tinha acordado as 05:30 da manhã com a primeira ligação do dia. Corri para atendê-la não entendendo ao certo a razão de uma ligação tão cedo, na verdade mal tinha conseguido abrir os olhos para saber que já era hora de acordar. Pouco antes de chegar ao aparelho ele parou de tocar, dei meia volta e me apressei em voltar para cama. Não me lembrava mais, mas talvez eu tivesse interrompido um delicioso sonho. Mal cheguei a deitar e o despertador tocou estridente. Irritei-me, mas virei para o lado para tentar dormir mais um pouco. Nenhum minuto se passou e o telefone novamente. Não seria possível continuar me virando na cama de um lado para outro. Levantei-me bem sonolenta, escovei meus dentes de olhos fechados e mal joguei uma água no rosto. Fui para a cozinha para preparar o café e por pouco não atropelei o cachorro que passou na minha frente. Realmente tudo o que eu queria era voltar para a cama e dormir não mais um pouco, mas muito. Entretanto a obrigação me chamava. Decidi lavar o rosto novamente agora com os olhos aberto e muita água, quem sabe isto não me despertaria, mas qual nada. Parece que a cada minuto o sono aumentava ainda mais. Eu estava no mínimo estranha. Comecei a fazer minhas tarefas diárias mesmo não estando muito ciente do que estava fazendo. Chamei meu filho, que como sempre resistiu em levantar, mas acabou levantando. Dei o café para ele e também tomei o café. Mas era engraçado que tudo o que eu fazia parecia não ser real. Depois de varrer a casa, tomar banho que estranhamente não me despertou, me troquei e aguardei minha carona chegar, ou seja, fui de moto. No caminho ao contrário dos outros dias tomei apenas o cuidado de estar bem acomodada na garupa, não muito próxima ao condutor porque o uso do capacete dificulta isto. E fechei meus olhos querendo chegar rapidamente, naturalmente que do modo como estava sonolenta, quase adormecia, só acordava quando uma curva mais expressiva ou um solavanco maior não permetiam. Ao chegar no serviço orei para que Deus me capacitasse para aquele dia, pois seria um dia longo e difícil não fosse Ele ao meu lado. Até a hora do almoço até que consegui me equilibrar, mas após o almoço foi o caos. Os olhos se fechavam diante do computador sem que eu quisesse e por mais que eu tentasse mantê-los abertos. A boca se abria a cada minuto era inevitável. Mais uma vez levantei-me fui ao toalete e joguei muita água no rosto, tomei café e coloquei até um pouco de sal debaixo da língua imaginando que talvez minha pressão tivesse baixado. Melhorou por algumas horas, mas
após as dezesseis horas o sono icontrolável voltou sem pedir licença e recusou-se a ir embora. Não me lembro muito bem o que fiz desde então. Ao fim do expediente que durou uma eternidade, minha carona chegou e eu mal a vi pulei na moto com muita gana que a assustei. Fui para casa literalmente dormindo na moto, dessa vez nem as curvas ou os solavancos me tiraram do sono profundo, tanto que só percebi que havia chagado porque ouvi a voz do Paulo bem ao longe me pedindo para descer. Obedeci como um robô, obedece ao controle remoto. Entrei em casa nem sei como. Talvez ele tenha aberto o portão e a porta, não vi nada. Tudo que me lembro foi de ter visto o sofá e me jogado nele. Meu filho disse que insistiu para que eu fosse tomar um banho, para cama, mas qual nada. Acordei apenas no dia seguinte com relógio despertando novamente. Não me perguntem o que aconteceu, pois a única coisa que sei é que fui dominada pelo sono naquele dia.