O nome do “furacão” é Geissy Arruda; o nome da tempestade é UNIBAN (Universidade Bandeirante); a calmaria atende pelos nomes de Ministério da Educação e Justiça.
 
A jovem paulista que desfilou dentro de seu vestidinho sexy cor-de-rosa pelos corredores da Universidade Bandeirante de São Paulo, instituição cuja mantenedora é a Academia Paulista Anchieta, quase foi apedrejada e lapidada em público por uma turma de colegas sem polimento, e pelo visto invejosos; foi o centro das atenções em todos os níveis na última semana.
 
Há quem diga que a moça chegou para assistir as aulas do curso de Educação Física num vestidinho de lycra minúsculo, desfilando horas pelos corredores, mostrando a roupa íntima e posando para os fotógrafos (estudantes) que a acompanhava; a moça reitera que somente vestiu uma roupa cotidiana e que nada fez para merecer tanta atenção, muito menos as atitudes incivis de quem a vaiou e tentou agredi-la.
 
O fato é que a moça de cabelos pintados e vestido sexy, causou o maior tumulto dentro da universidade que somente foi contido após a chegada da polícia militar, que a retirou sob um esquema de segurança e vestida por um avental branco; depois disso, os vídeos, como sempre, foram parar na internet e foi a maior sensação; milhares de acessos em menos de 24 horas e eis que Geissy Arruda passou de simples estudante para Pop Star Sexy.
 
Como tudo que cai na rede mundial de computadores e tem a admiração do grande público vira notícia, Geissy Arruda foi parar nas capas de jornais, nos principais telejornais e até nos jornais internacionais. Em seguida ao “furdunço” provocado pelas coxas grossas da loira de farmácia a universidade, em nome da “moral e dos bons costumes”, frase que não se houve por aqui desde a ditadura militar, decidiu EXPULSAR a estudante, alegando que ela não poderia freqüentar as aulas com aquele tipo de traje.
 
Moral da história: todos foram parar na mira do povo e o que não falta agora são especulações. Primeiro ela foi expulsa, depois o ato foi revogado; depois os alunos foram punidos, aqueles mesmos que hostilizaram a moça; depois eles não receberão mais qualquer punição; agora a direção da UNIBAN afirma que se ela voltar a estudar terá segurança suficiente para concluir seus estudos.
 
Também já estão na internet vários sites que prometem ter fotos e vídeos desta moça fazendo sexo; outros que prometem ter fotografias dela nua e alguns que já avisam que Geissy Arruda posará para a Playboy na próxima edição; sobre isso tudo, eu garanto que se trata apenas de vírus, como já ocorreu com várias outras garotas anônimas que da noite para o dia ficaram famosas através de boatos e vídeos de mal gosto.
 
Geissy Arruda, por menor o vestido que ela estivesse, poderia ser advertida pela UNIBAN; a garota do vestido cor-de-rosa, no meu ponto de vista, não agrediu ninguém com suas vestes menos ortodoxas. Nas praias do Brasil, que até pouco tempo se via apenas os maiôs comportados das mamães e suas filhinhas, hoje se vê seios expostos e partes baixas sem quase nada para cobrir e mesmo assim, ninguém protesta e ninguém é louco de sair agredindo quem as use.
 
Se o fato ocorreu numa universidade, igreja ou num banco, pouco importa; caberia ao administrador vistoriar antes do acesso e se responsabilizar pelos atos; a moça não desrespeitou num código e este papo de moral e bons costumes, isso já morreu junto com os velhos modelos de administração escolar; se isso ocorreu e se é bom ou ruim, não sou eu, muito menos a UNIBAN quem tem o caráter de julgar.
 
Se Geissy Arruda desfilou mais ou menos pelos corredores da UNIBAN antes, durante ou depois de suas aulas, cabia somente a ela saber e querer determinar o tempo e a ninguém mais se utilizar de argumentos tão imbecís para hostilizá-la durante o ato de crueldade, malvadeza e tortura psicológica.
 
Será mesmo que pelo menos um daqueles jovens rapazes que humilharam a estudante pelos corredores da UNIBAN não possui irmã, mãe, prima, tia ou avó que anda de calcinha e sutiã no quintal de casa? Será que pelo menos um deles jamais freqüentou uma “zona” para ver uma moça pelada? Quantos daqueles jovens homens e mulheres que humilharam Geissy Arruda não acessam as páginas pornográficas da internet buscando o sexo virtual? Alguém pode dizer que isso tudo trata-se de momentos pessoais e eu concordo; mas quantas Geissys Arrudas andam pelas ruas todos os dias com vestidos iguais ou menores do que o da estudante? Alguém tem o direito de gravar, expor e humilhar quem prefere uma roupa mais provocante?
 
Geissy Arruda se errou, foi quando não denunciou todos os envolvidos em sua quase “curra”, na delegacia em que prestou esclarecimentos; a estudante, se errou, foi quando não impôs diante de todos a sua vontade de exibir-se da maneira que melhor lhe convier, afinal de contas, o que não falta neste Brasil é preconceituoso de plantão; gente que vê gente da família em trajes íntimos pelas ruas e não diz nada, mas que procura em pessoas como esta estudante um modelo para a prostituição (que não é crime).
 
A estudante não pode ser rotulada pela roupa, muito menos pelos atos de aparição em corredores pouco comuns ao seu curso; isso sim é preconceituoso e um crime!
 
E a universidade? Onde foi que eles se basearam para expulsar a estudante? Afirmou o advogado da UNIBAN que foi em seu regimento interno; eis que então eu afirmo: o Regimento Interno da UNIBAN é soberano a Constituição Federal e isso inspira cuidados jurídicos!
 
Falar que a moça deixou mostrar a calcinha e que isso é obsceno é subjetivo; qualquer pessoa do sexo feminino que não esteja de calça, short ou bermuda pode mostrar a calcinha; as mulheres que usam saias e vestidos podem em qualquer momento deixar mostrar as roupas íntimas, dependendo do movimento, modelo, circunstâncias climáticas, etc. Imaginem uma evangélica, daquelas que usam vestidos abaixo do tornozelo, se forem pegas por uma ventania mais agressiva? O vestido da religiosa vai para o pescoço! Imaginem a moça que usa um vestido “comportado” na altura dos joelhos e esquece-se deixando as pernas abertas? Pois então, esta coisa de mostrar a calcinha é subjetiva e depende de como se enxerga o ato.
 
Se a moda dos bons costumes, moral e roupas íntimas pega, daqui uns dias, pode ser que alguma universidade queira averiguar nas alunas se elas estão de fato usando calcinha, caso contrário, rua!
 
É verdade; muitas moças não usam roupas íntimas, da mesma forma que muitos rapazes; por falar em rapazes, estes se acostumaram a deixar a calça na altura da virilha e as cuecas suspensas na cintura; segundo dizem, isso é moda e ninguém reclama; eu prefiro ver calcinhas a cuecas, isso com certeza!
 
Eu não sei se Geissy Arruda terá coragem ou motivação para retornar a UNIBAN; não sei se ela vai concluir ou não seu curso acadêmico, mas de uma coisa todos nós temos certeza: vários marmanjos ficaram excitados com as cenas e várias mulheres com inveja de Geissy; outra coisa certa é que a estudante será sim sondada para fazer trabalhos publicitários e ela deverá aproveitar a oportunidade, afinal de contas, cavalo de montaria arreado não costuma dar sopa por muito tempo na frente de ninguém!
 
 
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 10/11/2009
Reeditado em 10/11/2009
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