BEM QUE EU TENTEI, MAS NÃO DEU...
“Vem sobre os mares,
Sobre os mares maiores.
Sobre os mares sem horizontes precisos,
Vem e passa a mão pelo dorso da fera,
E acalma-o misteriosamente,
Ó domadora hipnótica das coisas que se agitam muito!”
(Fernando Pessoa – Dois Excertos de Odes)
Sábado enterrei o meu amor no mar. Domingo, por algum momento quis mergulhar para desenterrá-lo. Ai entra o sonho, a quimera. Entre o desperto e dormido imaginei ouvir dele um chamado...”vem que o meu coração te chama e a minha alma te reclama”.
O meu primeiro impulso foi levantar e gritar: o amor é lindo! E desejei uma montanha para subir e proclamar aos quatro ventos esse amor. Então, imaginei uma montanha e nela subi... Aí despertei, procurei o amor, não existia, só o mar salgado mais lá em baixo.
Quanto do seu sal nas minhas lágrimas não sei dizer, mas não desesperei, pedi licença ao “rei”, joguei pedrinhas montanha abaixo e disse de mim para mim: é...o amor morreu... Se não o tenho mais o que mais importa?
Que o corvo de Poe bata à minha porta e me traga uma nova mensagem,
Que me faça lembrar que antes de mim outros sofreram, que nem a Capitu,que escondia o seu amor atrás de uns olhos oblíquos e dissimulados;
Que Montagues e Capulets não se entenderam e por amor morreram Romeu e Julieta;
Que Werther de Goethe deu um tiro nos miolos por amor a Carlota;
Que nada tenha dado certo entre Tristão e Isolda;
Que Petrarca não foi correspondido no seu amor por Laura;
Que Marília não atendeu os apelos de Dirceu para deixar o “turvo ribeirão” em que nasceu e as já lavradas serras para passar o “claro Tejo”:
Que Othello por ciúme tenha matado Desdemona, que o amava...
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Here is the story of a dead Love, so suspicious like Othello, but to resurrect
“one day when we were by ourselves, He wanted to hear me tell my story over egain”...
And I will tell him that I hope this time He does believe...