O tempo nao para...

Esses dias conversando com um amigo, repensando o tempo, ele nao para..e quando se vê " já estamos com 40"..e aí se infiltra dentro do ser, a loucura de tudo querer viver, tirar todo o atraso de anos. Eu me recordo que quando eu era criança queria poder ser mais velha para meus pais me deixarem ir na festinha que tinha na casa do vizinho e eu não tinha idade para isso. Aí cheguei a idade da festinha e desisti de ir porque o " carinha" que eu queria nem estava nela. Quando decidi por ir nos lugares, eles nem mais estavam no mesmo lugar. Aí cheguei a fase de ter que cuidar dos meus próprios assentos, e com isso pontuar minha vida da melhor forma, afinal eu era dona do meu narizinho. Mas quando vemos, o tempo passa, e nossas idas e vindas nos remetem ao mesmo lugar, no mesmo instante que deveriamos ter estado, porque o mundo é uma bola, e você gira e gira e quando se nota, está parado no mesmo lugar com seus quarenta anos e todo feliz porque dizem que a vida começa aos quarenta, e aí se vale disso para voltar a ser criança, onde tudo pode, sem que os outros te julguem, onde a vida é feita de algodão doce e maçã do amor, onde o que pensam sobre você já não tem mais o mesmo valor, porque o que mais queremos é completar o que ficou para trás, é viver o que ficou no vácuo e no fundo, todos queremos sentir mais fundo, aquilo que não pode ser sentido e nem comprado, porque agora, com seus quarenta anos, você ja sabe o gostinho do que é bom, ja sabe definir o que é saboroso e pode até mesmo dar valor a algo que antes passaria despercebido. Assim vem a vida, sem que nada aconteça por acaso, e ainda bem que o mundo ele dá voltas para que nós possamos resgatar algo que derrepente ficou para trás e deixamos esquecidos no tempo sem conserto. Amo a vida, e hoje beijo o que um dia recusei, Amo aos amigos que nem sempre amei, sinto com a ternura e comprometimento que um dia me neguei, e claro, sou essa pessoa limpa, sincera e concreta que me transformei.

Karla Figueiredo
Enviado por Karla Figueiredo em 09/11/2009
Reeditado em 09/11/2009
Código do texto: T1914157
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