AMOR!? SÁBADO  ENTERREI O MEU NO MAR
 
 
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
A noite que ele não veio foi
Foi de tristeza prá mim
Saveiro voltou sozinho

Triste noite foi prá mim
(...)
(Dorival Caymmi – É Doce Morrer no Mar)
 
 

E espero que seja tão doce para ele o quanto imaginava que fosse Dorival Caymmi.

 
Sempre que me perco em observar o mar me vem à lembrança   Virginia Woolf. Para quem conhece a escritora  sabe o quanto a natureza se constituiu um cenário importante na sua obra, em The Higthouse e The Waves, a água está presente em todos os instantes.
 
 Sabe, o mar representava para Virginia o impessoal, o local que propicia as contemplações. Imaginava o vai e vem das ondas  como existências humanas separadas. Depois perdem-se no oceano, como a vida do homem acaba perdendo-se no tempo infinito do cosmo.
 
Sou leitora de Virginia, mas não sigo sua regra, a de modelar as palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sou tímida quando falo e  impulsiva quando escrevo, não meço as minhas palavras, o que sinto deixo aflorar e me perco no sentir e deixar fluir e assim, sem nunca conseguir me encontrar, achei por bem enterrar os meus sentimentos mais íntimos no mar e deles não mais falar...
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 09/11/2009
Reeditado em 09/11/2009
Código do texto: T1913244
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