AMOR!? SÁBADO ENTERREI O MEU NO MAR
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
A noite que ele não veio foi
Foi de tristeza prá mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi prá mim
(...)
(Dorival Caymmi – É Doce Morrer no Mar)
E espero que seja tão doce para ele o quanto imaginava que fosse Dorival Caymmi.
Sempre que me perco em observar o mar me vem à lembrança Virginia Woolf. Para quem conhece a escritora sabe o quanto a natureza se constituiu um cenário importante na sua obra, em The Higthouse e The Waves, a água está presente em todos os instantes.
Sabe, o mar representava para Virginia o impessoal, o local que propicia as contemplações. Imaginava o vai e vem das ondas como existências humanas separadas. Depois perdem-se no oceano, como a vida do homem acaba perdendo-se no tempo infinito do cosmo.
Sou leitora de Virginia, mas não sigo sua regra, a de modelar as palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sou tímida quando falo e impulsiva quando escrevo, não meço as minhas palavras, o que sinto deixo aflorar e me perco no sentir e deixar fluir e assim, sem nunca conseguir me encontrar, achei por bem enterrar os meus sentimentos mais íntimos no mar e deles não mais falar...