Dia de Murphy? A garota não tá nem aí pra isso...
Madrugada de sexta-feira. "Mdm H." me passou uma música de "improviso escocês", perguntou se eu gostava... Ela, nesse ato inocente, não imaginava acordar um "monstro" adormecido em mim: minha paixão pelas culturas antigas européias. E comentei, empolgada: "Eu ainda vou em uma festa medieval!"
Pois é. Coincidentemente descobri que teria, na própria cidade em que moro, uma feira medieval nesse mesmo fim-de-semana... Apenas uma feira, coisa simples, somente de caracterização de época; não propriamente uma festa tradicional, com comes, bebes, música, dança, jogos... Mesmo assim quis ir. Estava empolgada com a idéia. Botei a pilha da máquina pra recarregar, dormi cedo, preparei tudo.
De manhã, acordo: chuva. A semana inteira seca, justo hoje resolve chover?
Será que passa?
Passou nada. Pelo menos estava fraquinha. Dava pra encarar.
Acabei decidindo ir assim mesmo. Roupa quente pro frio, porém fui de tênis (afinal a feira era no parque e eu não tenho galochas), mesmo achando que em 5 passos o mesmo já estaria encharcado.
Nisso me enganei. Não foram necessários 5, já no segundo passo fora do prédio pisei em uma poça invisível. Tudo bem, era inevitável, e nem tinha molhado tanto assim, de modo que segui jornada.
Peguei o tram (bondinho), que seguia direto para o parque. A rapidez não é uma característica do transporte aqui, mas ficar cinco minutos parado no ponto não é normal... Por isso, quando isso aconteceu, desci do tram e descobri o que impedia o prosseguimento: um infeliz - ou melhor, alguém muito feliz, que de tanto êxtase de felicidade esqueceu-se da vida e da rua - havia estacionado o carro bem em cima do trilho do tram... E ninguém pra achar quem era o dono do carro. Por sorte faltava apenas 1 ponto até meu destino, então não me preocupei por ter que andar. Apesar que, mesmo chegando no ponto do parque, ainda precisaria atravessá-lo para chegar ao local da feira...
Depois de andar um bocado na chuva, cheguei. Claro que não tinha encenação, e a maior parte da feira mesmo estava recolhida pra não molhar. Mas como eu não preciso de muita coisa pra ficar feliz, fiquei passeando pelo mini-borgo, tirando fotos.
Quero dizer: apanhando pra tirar fotos. Primeiro, esqueci que as minhas pilhas recarregáveis não estão funcionando bem, e já na primeira foto a máquina desligou. Sorte que eu tinha levado pilha alcalina nova!... Ou não? Aparentemente estavam usadas, porque foi mais uma foto e novamente a câmera desligou.
Sem problemas, lá vendia pilhas. Troquei-as. "Agora sim, vamo lá!"
Tirei mais uma meia-dezena de fotos, e surpresa: a câmera acusou falta de memória interna.
Foi então que me lembrei que havia tirado o cartão de memória para usar em outro aparelho, e não havia posto de volta. Resultado: eu teria que me virar com a memória limitada da própria câmera. Sem problemas: diminui a configuração, de modo que não perdia qualidade, e deletando as poucas que tinha batido, tinha espaço para 18 fotos. O que era suficiente.
Ah, outro "problema": aparentemente eu cheguei justo na hora do almoço, então não tinha ninguém a seus postos para (supostamente) explicar sobre a época medieval, os costumes, tradições, artes, etc. Mas foi legal, economizava flash: juntava um monte de gente nas mesas, esta também posta para representar um almoço medieval simples, e assim todo mundo saía na foto!
O mais engraçado é que tinha um rapaz, que eu chamo de "homem do pão", que ficava passeando pelo burgo carregando um cesto de pães para os atores, e em todo lugar que eu resolvia tirar foto ele misteriosamente aparecia no meio. Tem umas três pelo menos em que ele apareceu do meu lado, na caruda mesmo. Isso que é gostar de sair em foto!
Não fiquei muito tempo, só o suficiente para olhar tudo e acabar a memória interna da câmera. A chuva atrapalhou um pouco, e era uma feira simples, entretanto foi legal mesmo assim. Apaziguou um pouco o afã. Mas repito, Mdm H: eu ainda vou em uma festa medieval tradicional!
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nota: eu gosto de estudar culturas antigas e atuais do mundo todo, e embora inicialmente não me interessasse particularmente pelas tradições européias, apaixonei-me pelas músicas e danças tradicionais, medievais e de épocas mais antigas ainda... e como não tem como separar uma coisa da outra, acabei criando paixão pela cultura medieval, que, como qualquer outra, tem coisas muito boas e coisas muito ruins...