BANDAS MARCIAIS

Domingo, dia 25 de outubro, houve um concurso de bandas estudantís aqui em Santa Maria, promovido pela Coordenadoria Regional de Educação, onde trabalho. O concurso abrangeu os 23 municípios administrados pela CRE. Ouvindo aqueles meninos e meninas, apresentando um trabalho maravilhosamente cadenciado, me veio à lembrança momentos da minha juventude. Eu também fiz parte de uma banda na década de 60. Nessa época, as bandas marciais faziam história e encantavam os desfiles de 7 de Setembro, aliado aos desfiles militares, já que Santa Maria se destaca pela quantidade de quartéis e também porque a ditadura militar impunha essas apresentações, como manifestação de civismo.

Viajei no tempo... me transportei para um passado longínquo e feliz. Fiz parte da Banda Escocesa da Escola Normal Coração de Maria. Tocava tarol. Lindos tempos, tinha eu 16 anos! Vestida de saia escocesa, xadrez vermelho e azul, colete de manga em veludo azulão, gorrinho azul na cabeça. Gaitas escocesas, caixas, bumbos, tarol... Era o máximo ver as manifestações do público, que lotava a Rua do Acampamento e a Av.Rio Branco! Até porque éramos a única banda feminina na cidade. Muitas viagens pelo Estado, representando Santa Maria. Na época em que fui integrante, ganhamos o tri campeonato estadual de bandas.

Vou contar aqui um acontecimento que me marcou profundamente. Era um domingo. No Beira-Rio, recém inaugurado, jogo Inter x Flamengo. Lá estávamos nós, prontas para uma apresentação no intervalo do jogo. Fizemos; tenho até uma foto (preto e branco!) da banda no gramado. Acontece que nossa apresentação, muito aplaudida até então, ultrapassou os 15 minutos do intervalo. O povão, louco para assistir o segundo tempo, começou a se impacientar. Adivinhem o que aconteceu! Ganhamos uma vaia tão grande, que até hoje ouço aquela gritaria. Foi a única vaia que minha saudosa e linda banda recebeu em toda a sua história de conquistas. Mas, quem pode, neste Estado, concorrer com o Internacional, glória do desporto nacional?

Vou sair de fininho e pedir asilo a Lu, para não apanhar dos gremistas...