Das Dores

Era Das Dores por registro de nascimento, mas Das Alegrias por vivencias dos tempos.

Das Dores ela tinha nas costa, nas pernas, nos olhos e até no umbigo um dia disse que já chegou a sentir. Os médicos diziam que era pra dar honras ao nome. Das Dores aqui, Das Dores ali. Por todo lado o nome fazia parte da vida, dos dias e de vários pedaços do corpo.

Das Dores começou assim antes dos cinco anos, quando teve doença por falta de vacina. Na cidadezinha em que nasceu, acabaram-se as vacinas de paralisia durante a vacinação no postinho quando chegaram na letra C. Das Dores queria se chamar Com Dores naquele dia. Mas acabou ficando com dores pro resto da vida.

Na luta da dor com a insistência de crer na felicidade, ela descobriu a alegria. Mesmo Das Com Dores percebeu que o viver de todos é uma dor constante, mesmo que não esteja escrito no registro, cada um era registrado pela vida com as suas dores, e ainda tinham alegrias e isso era o viver.

No meio das dores, Das Dores percebeu que algumas dores valem a pena, pelo alivio e prazer que se tem depois que elas se vão. São as fontes dos risos mais largos, e das alegrias mais reais.Algumas dores são só início. Meio e fim delas é de todo prazer. Esses espaços de risos prazerosos que preenchem as dores de viver, são as alegrias escondidas de todo dia. No fim dos anos é satisfação e prazer de viver, também conhecidos como felicidade.

Alias
Enviado por Alias em 04/11/2009
Reeditado em 04/11/2009
Código do texto: T1905390
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