O HOMEM QUE FUNDOU UMA NAÇÃO
“O segredo da força está na vontade”(G.Garibaldi)
Há muitos anos atrás,a Itália era composta por vários estados independentes,cada um com seus próprios governantes e suas leis.
Muitos desses pequenos estados pertenciam à Áustria ,mas, todo o sul era domínio do Rei de Nápoles,que nem italiano era.
Um jovem e hábil marinheiro, filho de humildes pescadores revoltou-se contra o poder dos austríacos ;derrotado,fugiu para a América do Sul.
Influenciado por Mazzini, fez parte do exercito do rei do Piemonte, Vitor Emanuel,a favor do Risorgimento,uma Itália unificada
Guerreiro por escolha e vocação começou a participar das guerras tão corriqueiras nessa região,como a Guerra dos Farrapos e, graças à sua bravura e espírito de liderança,logo passou a chefiar os soldados e colecionar vitórias.
Garibaldi, participou da revolução republicana de Santa Catarina e Rio Grande Do Sul(1835-1845),da qual com Bento da Silva e Canabarro foi um dos chefes.
Houve uma batalha na qual se rendeu incondicionalmente: a batalha do amor!
Quando voltou para ajudar os farroupilhas a conquistar Laguna, conheceu uma linda moça chamada Ana Maria Ribeiro da Silva,que embora casada,deixou o marido e seguiu o grande aventureiro e soldado,seu grande amor.
Rendido para sempre e sem esperanças pelos olhos negros de Anita,uma moça simples de Morrinhos,filha de Bento da Silva.o moço guerreiro depôs a espada aos pés da bela,com quem se casou e assim descreveu seu primeiro encontro com aquela que seria a heroína de duas nações:
-Caímos num silencio cúmplice e um êxtase quase divino, olhando um para o outro,como dois espíritos que se reconhecem depois de longa separação;e,no entanto,nunca nos tínhamos visto.Num ímpeto,disse:-Serás minha mulher!
Não sabendo falar português, disse essas temerárias palavras em italiano;ela entendeu e atamos um nó que só a morte poderia desfazer.
Anita revelou-se uma extraordinária companheira de um guerreiro.
Lutou a seu lado contra os realistas brasileiros e as tropas de ocupação austríacas. Animava os soldados com o fogo das suas paixões e com a convicção da vitória.
Em 1842, Anita e Giuseppe casaram-se em Montivideo,enquanto lutavam contra Oribe.
Tiveram três filhos;dois rapazes,Menotti e Ricciotti que lutaram na guerra franco-prussiana e uma filha,Teresina.
Depois de uma penosa retirada o casal voltou à Veneza numa pequena embarcação de pesca; mas,perseguidos duramente pelos austríacos tiveram que descer em qualquer lugar não muito longe da praia,onde Anita,cansada de uma vida difícil e dos perigos enfrentados,morreu nos braços do homem que tanto amou,em agosto de 1849,na cidade de Mandriole de Ravena,onde existe um monumento em sua homenagem.Foi enterrada em Nice,na França.
As saudades da pátria fizeram com que retornasse à Itália e logo estava de volta ao campo de batalha, liderando seus comandados que não hesitavam em segui-lo até à morte.Quem resistiria ao enorme carisma,energia e ardor do seu chefe?
Mas, uma vez foi derrotado,mas,não esmagado.Fugiu para os Estados Unidos,onde teve tempo de aperfeiçoar seus métodos de combate e,humilde,aprender com as derrotas.
Quando voltou à Itália conquistou a vitória e conseguiu unificar o país.A Itália era,enfim,uma nação!
Numerosos monumentos foram construídos em louvor de Garibaldi,espalhados por esse mundão de Deus.
Um dos mais importantes é o monumento aos mil voluntários que ele reuniu em Gênova,em 1860,para auxiliar a revolução da Sicilia,os chamados “camisas vermelhas”,quando,usando técnicas de guerrilha aprendidas com os sul-americanos,conquistou a Sicilia e o Reino de Nápoles,então dominada pelos Bourbons.
Morreu em Capri,em 1822.
“Os homens deste mundo são como grãos de café na máquina de moer:um antes, um depois,outro em seguida,todos acabam por ir para o mesmo destino.(G.Belli)
Mas,heróis que constroem,como Garibaldi,deixam sua marca para sempre.