A cada momento eu era...

Lá fora o sol brilha feito olhar infantil, um brilho convidativo! O cheirinho de pão matinal e leite quente invadem o quarto, a vóz da mãe chamando pra levantar parece música para meus ouvidos preguiçosos. Enquanto isso eu era risos...

A rede de volei era alta demais e, além disso, o esporte de nada me agradava. O olhar do primeiro amor ali observando o saque fazia o erro ser o acontecimento mais provável, precedendo a bronca do treinador. Enquanto isso eu era timidez...

As músicas cada vez mais altas, as letras cada vez mais apaixonadas ou sem sentido. O corpo cada vez mais observado e os desejos pareciam ser a fonte de energia para a idade da dança, das gargalhdas altas e choros inconstantes. Enquanto isso eu era hormônio...

Um futuro pela frente! Uma profissão aguardando pra ser cumprida, um caminho longo e cheio de acontecimentos inesperados. Um amor! Uma história! Um livro novo cheio de páginas em branco e um lápis na mão. Enquanto isso eu era sonho...

Um novo começo. Uma escada grande par subir todos os dias. Cada um faz seu próprio pão e nem sempre se vê o sol. Novos personagens importantes que farão parte de todo o resto. Um príncipe... Uma flor. Enquanto isso eu era medo...

Uma promessa. Uma felicidade dependendo de uma tisteza imensa, mas também uma certeza. Uma mudança de gostos, de vontades. Uma idade que já não dá tempo pra pensar tanto e uma decisão precipitada. Enquanto isso eu era planos...entrega!

Um tombo. Uma flor arrancada com força e um fim. Uma volta forçada ao caminho de antes e um coração na mão. Uma música linda e triste e ninguém a noite pra destorcer os dedos que se dobram com as crises. Enquanto isso eu era saudade...

Um sorriso. Um pedido de amizade! Uma tristeza que alimenta a dor de outro peito. Uma relação cúmplice, mas tristemente difícil. Uma incerteza do que virá amanhã e um alívio por não saber disso. Enquanto isso...não sei...