Iniciantes
Muitas pessoas escrevem nos sites da internet, hoje em dia.
A gente fica pensando: como começaram? Já escreviam antes e aproveitaram-se da facilidade, ou tinham o talento guardado, esperando a oportunidade de manifestar-se?
Difícil dizer. Só fazendo uma grande pesquisa. E os institutos da vida não parecessem interessados na empreitada. A melhor maneira de sabermos é lendo o perfil do autor, mas se ele não escreve desde cedo, não costuma revelar o fato.
Cronistas, contistas e, sobretudo poetas, aparecem em grande número nos sites literários, sem falar nos blogs.
Como em toda atividade humana, encontramos escritores e poetas – acho estranha esta diferença. Acaso o poeta não é um escritor? A interrupção veio mal. Dizia que temos neste meio, boas, médias e fracas pessoas na atividade, como é característica de toda atividade humana.
Mas o interessante são os iniciantes. Pegam um tema e vão desenvolvendo, como se fossem velhos e experimentados escritores. Salutar audácia! Muitas vezes revela um talento brilhante.
É evidente que nem sempre é assim. Temos prosa chatíssima, e poemas completamente sem pé nem cabeça. Aqui o campo é mais fértil. Aproveitando-se da liberdade nos versos, os iniciantes têm campo livre e abusam da falta de conhecimento. Poucos sabem contar as sílabas de um verso.
Talentos e falta dele. O efeito final é bom. Distrai, evita que o autor saia por este mundo doido cometendo disparidades e, quem sabe, pode revelar outro sucessor para Jorge Amado ou Cecília Meireles, por exemplo.