Não esqueci, apenas não consigo me lembrar agora!
Tem gente que bebe pra esquecer os problemas, tem gente que tem problemas pra esquecer a bebida. Tem ainda aquela história do paciente que reclama pro médico de estar sofrendo de amnésia. O médico lhe pergunta que tipos de coisas têm esquecido e o paciente lhe diz: “Não me lembro agora doutor”.
Acho que seria uma covardia descrever todas as vezes que uma pessoa esquece uma luz acesa ou onde deixou os óculos, até mesmo onde está aquele dinheiro que guardou tão bem guardado pra não gastar... Ou “pra não perder”, mas os fatos que se seguem é algo no mínimo atípico.
O relato a seguir trata-se do cotidiano de uma pessoa comum, mas que nos leva a refletir sobre o que seria stress do trabalho e o que poderia ser um déficit neurológico.
Seria normal uma pessoa esquecer...
O celular no carro do sogro, duas vezes na mesma semana ou ainda esquecer constantemente o celular na sala de trabalho quando sai da sala.
Ou pior esquecer de tirar o celular do bolso na hora de ir ao banheiro (evitando assim, que ele mergulhasse privada adentro, sem a menor chance de reutilizá-lo).
Esquecer também de perguntar sobre uma conduta para um médico que trabalha no mesmo lugar. Se bem que ela lembrou... uma semana depois. O detalhe é que o consultório fica no mesmo corredor que a sua sala.
Trazer uma medicação para o marido. Mas ela também lembrou... Três dias depois. Para trazer uma medicação para uma pessoa que encontrava todo dia no caminho do trabalho ela levou só dois dias pra lembrar. A injeção anticoncepcional que deveria levar casa pra tomar no sábado de um determinado mês ela também esqueceu. O marido teve que buscar a medicação num posto de saúde as oito da noite da sexta-feira.
Medicações são mesmo um problema. No mês seguinte esqueceu de tomar a injeção anticoncepcional numa sexta-feira, mesmo trabalhando num hospital. Resolveu que tomaria no domingo, saiu de casa e esqueceu de levar a injeção de anticoncepcional (de novo!!).
Outro dia esqueceu a chave de casa no carro do pai, dessa vez o marido teve que voltar na casa do sogro pra buscar a chave ou ficariam na rua.
Esqueceu a chave do marido em algum lugar do hospital onde trabalham, até hoje ele se pergunta “por que ela carregou a chave da minha sala?”. Dois dias depois, ao entrar na sala do marido saiu com a chave dele na mão, de novo. Por favor, não fique se perguntado: “Por que?” Nem “pra que?” Pois nem ela sabe.
Perder o cinto no próprio quarto, tudo bem. Mas esquecer onde deixa a escova de cabelo sempre. E comprar um refrigerante e esquecê-lo no caminho ou no próprio mercado. Que tal comprar um salgadinho e esquecê-lo na casa do pai e afirmar com certeza que levou pra casa. O pior é nunca saber onde deixou a “piranha” de prender o cabelo (detalhe, ela tem três).
Esquecer de colocar o suco na lancheira do filho (É, ele foi sem mesmo!).
Outro dia esqueceu um envelope com documentos do trabalho e lá vai o marido voltar em casa pra buscar o envelope.
Esquecer o capacete numa loja do shopping, mas antes de chegar na porta da loja ela olhou pra trás e lembrou (lembrar no mesmo instante é digno de medalha, não acha?).
Pendurar a bolsa no ombro e em seguida pendurar a bolsa da mãe no mesmo ombro e ir pra rua com duas bolsas penduradas no ombro, (sem comentários).
Blusa de frio então, esquece na sala do chefe, no carro do motorista, na própria sala, nas outras salas do hospital... E por aí vai.
Uma vez esqueceu onde deixou a chave de um armário de vidro onde estavam os pertences de várias pessoas, foi necessário desmontar o armário para tirar os pertences. Afinal, já haviam procurado a tal chave por todo o hospital. Quando chegou em casa a chave estava dentro do sutiã.
De tanto deixar o celular pelo hospital, outro dia deixou na recepção do hospital e quem achou, entregou ao marido. Dias depois, esqueceu celular pelo hospital (é... de novo!!!), mas dessa vez ela conseguiu ficar sem ele (e olha que já é o terceiro aparelho comprado em pouco mais de um ano e meio).
O pior é que não se trata de acontecimentos de uma vida inteira e sim, do período compreendido entre o fim do inverno e o inicio do verão, ou seja, tempo de menos pra esquecimentos demais.
Caso você conviva com alguém assim, não tente dizer a uma pessoa dessas que ela tem um problema (ou que ela está com problema), pois certamente ela se recusará a procurar um médico. E se por acaso a pessoa procurar um médico, existe ainda o risco do profissional sem ter conhecimento da dimensão do problema dizer: “Isso é normal, trata-se apenas de stress causado pelo trabalho”.
Muito bom! Já temos a causa: o trabalho. Mas e a cura? Se você pensou em remedinhos para tomar todo dia, esqueça. Ela vai se esquecer de tomá-los pelo menos seis vezes por semana. Pra não falar das inúmeras vezes que você se irritará fazendo a mesma pergunta: Já tomou o remédio hoje? E ouvir sempre a mesma resposta: Xii... esqueci! Ou então, aquela cara de “autodecepção”, e um olhar vago como se procurasse dentro de si uma resposta menos repetitiva e quem sabe até uma explicação, se é que existe.
Quem assistiu ao filme “Procurando Nemo” irá se lembrar da personagem Doris, que dizia sofrer de perca de memória recente e agora acredito que isso realmente deve existir.
Diante de tantos lapsos de memória, chego à conclusão que como diz o velho chavão: “Seria cômico, se não fosse trágico”.
Tem gente que bebe pra esquecer os problemas, tem gente que tem problemas pra esquecer a bebida. Tem ainda aquela história do paciente que reclama pro médico de estar sofrendo de amnésia. O médico lhe pergunta que tipos de coisas têm esquecido e o paciente lhe diz: “Não me lembro agora doutor”.
Acho que seria uma covardia descrever todas as vezes que uma pessoa esquece uma luz acesa ou onde deixou os óculos, até mesmo onde está aquele dinheiro que guardou tão bem guardado pra não gastar... Ou “pra não perder”, mas os fatos que se seguem é algo no mínimo atípico.
O relato a seguir trata-se do cotidiano de uma pessoa comum, mas que nos leva a refletir sobre o que seria stress do trabalho e o que poderia ser um déficit neurológico.
Seria normal uma pessoa esquecer...
O celular no carro do sogro, duas vezes na mesma semana ou ainda esquecer constantemente o celular na sala de trabalho quando sai da sala.
Ou pior esquecer de tirar o celular do bolso na hora de ir ao banheiro (evitando assim, que ele mergulhasse privada adentro, sem a menor chance de reutilizá-lo).
Esquecer também de perguntar sobre uma conduta para um médico que trabalha no mesmo lugar. Se bem que ela lembrou... uma semana depois. O detalhe é que o consultório fica no mesmo corredor que a sua sala.
Trazer uma medicação para o marido. Mas ela também lembrou... Três dias depois. Para trazer uma medicação para uma pessoa que encontrava todo dia no caminho do trabalho ela levou só dois dias pra lembrar. A injeção anticoncepcional que deveria levar casa pra tomar no sábado de um determinado mês ela também esqueceu. O marido teve que buscar a medicação num posto de saúde as oito da noite da sexta-feira.
Medicações são mesmo um problema. No mês seguinte esqueceu de tomar a injeção anticoncepcional numa sexta-feira, mesmo trabalhando num hospital. Resolveu que tomaria no domingo, saiu de casa e esqueceu de levar a injeção de anticoncepcional (de novo!!).
Outro dia esqueceu a chave de casa no carro do pai, dessa vez o marido teve que voltar na casa do sogro pra buscar a chave ou ficariam na rua.
Esqueceu a chave do marido em algum lugar do hospital onde trabalham, até hoje ele se pergunta “por que ela carregou a chave da minha sala?”. Dois dias depois, ao entrar na sala do marido saiu com a chave dele na mão, de novo. Por favor, não fique se perguntado: “Por que?” Nem “pra que?” Pois nem ela sabe.
Perder o cinto no próprio quarto, tudo bem. Mas esquecer onde deixa a escova de cabelo sempre. E comprar um refrigerante e esquecê-lo no caminho ou no próprio mercado. Que tal comprar um salgadinho e esquecê-lo na casa do pai e afirmar com certeza que levou pra casa. O pior é nunca saber onde deixou a “piranha” de prender o cabelo (detalhe, ela tem três).
Esquecer de colocar o suco na lancheira do filho (É, ele foi sem mesmo!).
Outro dia esqueceu um envelope com documentos do trabalho e lá vai o marido voltar em casa pra buscar o envelope.
Esquecer o capacete numa loja do shopping, mas antes de chegar na porta da loja ela olhou pra trás e lembrou (lembrar no mesmo instante é digno de medalha, não acha?).
Pendurar a bolsa no ombro e em seguida pendurar a bolsa da mãe no mesmo ombro e ir pra rua com duas bolsas penduradas no ombro, (sem comentários).
Blusa de frio então, esquece na sala do chefe, no carro do motorista, na própria sala, nas outras salas do hospital... E por aí vai.
Uma vez esqueceu onde deixou a chave de um armário de vidro onde estavam os pertences de várias pessoas, foi necessário desmontar o armário para tirar os pertences. Afinal, já haviam procurado a tal chave por todo o hospital. Quando chegou em casa a chave estava dentro do sutiã.
De tanto deixar o celular pelo hospital, outro dia deixou na recepção do hospital e quem achou, entregou ao marido. Dias depois, esqueceu celular pelo hospital (é... de novo!!!), mas dessa vez ela conseguiu ficar sem ele (e olha que já é o terceiro aparelho comprado em pouco mais de um ano e meio).
O pior é que não se trata de acontecimentos de uma vida inteira e sim, do período compreendido entre o fim do inverno e o inicio do verão, ou seja, tempo de menos pra esquecimentos demais.
Caso você conviva com alguém assim, não tente dizer a uma pessoa dessas que ela tem um problema (ou que ela está com problema), pois certamente ela se recusará a procurar um médico. E se por acaso a pessoa procurar um médico, existe ainda o risco do profissional sem ter conhecimento da dimensão do problema dizer: “Isso é normal, trata-se apenas de stress causado pelo trabalho”.
Muito bom! Já temos a causa: o trabalho. Mas e a cura? Se você pensou em remedinhos para tomar todo dia, esqueça. Ela vai se esquecer de tomá-los pelo menos seis vezes por semana. Pra não falar das inúmeras vezes que você se irritará fazendo a mesma pergunta: Já tomou o remédio hoje? E ouvir sempre a mesma resposta: Xii... esqueci! Ou então, aquela cara de “autodecepção”, e um olhar vago como se procurasse dentro de si uma resposta menos repetitiva e quem sabe até uma explicação, se é que existe.
Quem assistiu ao filme “Procurando Nemo” irá se lembrar da personagem Doris, que dizia sofrer de perca de memória recente e agora acredito que isso realmente deve existir.
Diante de tantos lapsos de memória, chego à conclusão que como diz o velho chavão: “Seria cômico, se não fosse trágico”.