Liberté, Egalité, Fraternité
Dentro de treze dias ( pouvre Zagalo) a França comemorará mais um aniversário da Tomada da Bastilha (14/07/1789).
Hoje, primeiro de julho do ano dois mil e seis, o proclamado Dia da Revanche, o povo francês agendará em sua memória outro feito que, nas devidas proporções, merecerá certamente algumas doses a mais daquele vinho safra especial, que estava guardado a sete chaves para comemorações memoráveis. Neste dia, numa batalha em solo germânico, em noventa e três minutos, a França mostrou que o que vale mesmo em futebol, é bola na rede.
Se não houve outros interesses provocados por “forças ocultas”, a impressão que tive, foi que os franceses, através de hipnose, colocaram na cabeça dos nossos milionários jogadores que eles estavam vestidos com a roupa de dormir de suas amadas e usando salto alto à Luiz XV. Tal era a postura da melhor seleção do mundo. Totalmente paralisados. É a única justificativa para me fazer entender a ausência total de chute a gol nos primeiros setenta minutos do jogo. Penso que para o próximo campeonato, o técnico da seleção de Ghana vai ter que falar muito sobre o espaço entre travas, chamado de gol, ensinando seus pupilos a não chutarem em direção da arquibancada. Torço que nosso futuro técnico venha a ensinar nossos dengosos “canarinhos” a chutarem na direção do gol, nem que seja para atingir refletores do campo.
Pois é, a combativa França acabou fazendo o nosso “imparcial” narrador, Galvão Bueno, ficar com os erres de Ronaldo e Ronaldinho entalados na garganta. Foi além, foi a tomada de milhares de prognósticos que tinham como certa a vitória do Brasil, faturando fácil, fácil, mais este campeonato.
No dia de amanhã juro que gostaria de ser dono de farmácia. Já imaginou o número de torcedores com problemas hepáticos após o despertar do sonho do “hexa”?
Nós outros brasileiros, temos absoluta certeza que Deus é nosso patrício, mas às vezes esquecemos que Ele não gosta de falsos profetas, arrogância, prepotência, e de trabalhadores que não fazem jus ao seu salário.
Acredito sempre que é possível tirar algo de proveitoso em reveses. Quatro anos passam depressa. Mas para a próxima copa quero ter em mente o velho axioma: “Nunca conte com o ovo no..., digo: antes da galinha botar para fora o dito cujo.”
E como exclamaria aquele incrédulo francês após saber o resultado positivo dessa partida: “Vive la France!”
sábado, 1 de julho de 2006/21:05