Oggi è il primo giorno del resto della tua vita...
Hoje, nem sei o porquê, acordei pra baixo, tipo down, talvez pela proximidade do dia de finados. Não, isso não. Nunca dei muita bola para o dia de finados, não me recordo da última vez em que estive num cemitério só pra visitar um túmulo, lembro com tristeza de todas as outras, quando fui assistir ao sepultamento de pessoas queridas.
Já sei, é que hoje é o dia das bruxas, e isso me deixa pra baixo. Não, também não, o dia das bruxas é alegre, adoro ver a garotada bater na porta gritando; gostosuras ou travessuras?
De repente, entrei na nave do meu pensamento, me deixei levar sem destino certo ao longo do tempo, voltei à infância, ouvi um martelinho batendo em taxinhas, era o seu Giuseppe, o sapateiro do bairro onde eu morava. Um italiano, às vezes sorridente, às vezes carrancudo, um homem bom que cuidava da família consertando sapatos. A sua oficina era pequena, mal iluminada e não primava pela organização, mas uma coisa me deixava curioso, uma tabuleta com a frase; Oggi è il primo giorno del resto della tua vita.... Por várias vezes eu me atrevi a perguntar ao velho Giuseppe o que significava aquilo, e ele se limitava a dizer, um dia, talvez daqui a muitos anos, você vai saber o que é isso.
De volta ao presente, traduzi mentalmente a frase, e me dei conta de que hoje é o primeiro dia do resto de minha vida, e por isso, tenho que aproveitar cada segundo, cada instante, cada sorriso ou lágrima que a tal “vita” me dá.
Vou caminhar um pouco, o dia está lindo, vou ao parque ver de perto as árvores e alguns pássaros, vou absorver sol. Vou ler um bom livro, mais tarde vou beber um bom tinto e fazer um brinde ao primeiro dia do resto de minha vida, pois o grande mistério que não quero desvendar é quando será o último. Tim...Tim...