Efêmero
Quando tuas mãos tocaram em mim, senti minhas pernas fraquejarem, meus joelhos quase dobrar, meu coração disparar. Quando os teus braços, ao redor de mim se fecharam, num abraço forte e apertado, o meu corpo pediu mais e mais. Senti o pulsar do teu sexo no meu, tua boca na minha boca, num beijo saudoso, jamais esquecido. A vontade da entrega latente, urgente, necessária. Meu corpo pedindo o teu.
Tuas mãos percorrem caminhos conhecidos, ansiosos por serem explorados. Meus olhos fechados buscam lembranças, procuram respostas, querem saber. Não quero abri-los. Tenho medo da resposta. Ouço a tua voz ainda quente, gostosa. Ela me excita, provoca. O calor de teus lábios em meu pescoço, tuas mãos por minha blusa, acariciando-me os seios. Remexo, danço em teu abraço, me aninho cada vez mais. Quero-o, e com ele, te prender em mim. Que não saia mais.
O barulho de passos, o rumor de vozes, nos traz a realidade. Abro os olhos. Percebo onde estamos. Vejo as árvores, as aves, as pessoas vindo, as crianças falando, brincando. E te vejo. Meu sonhar. Meu desejar. Meu encanto. O meu amado. Meu amor impossível.
Respiro fundo, me recomponho. Olho-te nos olhos, estás confuso. Não digo nada. Não dizes.
Viro-me e vou embora. Tenho que voltar ao meu destino.