MEU ANJO
Abri os olhos,levantei-me devagar.O sol cegava-me,lentamente optei por
fechar as cortinas
Hoje detestaria ver a luz brilhante.
Não quero ver o brilho de nada, de ninguém.
Quero ver minha aura opaca,sem vida e sem brilho.Sem coragem de encarar o espelho.
Sabia que agora era tudo ou nada.
Decidir partir.
Ir ao encontro do novo.Deixar tanta coisa para trás.
Lá fora o cão rosnava,me sentia assim um cão pulguento.
Desejei que mil anjos se apiedassem de minha alma.
Levassem-me dali sem ver o brilho e a luz.
O negro abatera-se sobre mim.
Ajoelhei-me e na semi-escuridão chorei.
Agarrei-me aos santos do oratório,em vão.
Nenhum deles me daria a força necessária.
Então num súbito salto,corri ao banheiro.
Vomitei meus dias,meus pecados.Abri o chuveiro e deixei que a água quente me acolhesse,a roupa,nem tirei.Não merecia nada.
E assim com a água escorrendo,por longo tempo permaneci.
Laura gritou meu nome,eu nem respondi.Veio até o banheiro.
-Juliana,você está louca?O que faz aí vestida?
Rapidamente desligou o chuveiro e tirou minha roupa.Trouxe-me uma toalha.Enxugou-me o corpo,secou-me as lágrimas.
Debrucei sobre ela e adormeci.
Laura meu anjo,esteve ali e cuidou de mim...
Para minha avó,Laura que faleceu há 24 anos e hoje me visitou.............