Um Domingo Inesquecível
Na semana passada, recebi um convite para um passeio a realizar-se nesse domingo que passou. A princípio, fiquei indecisa. Geralmente, não costumo viajar. Diante de tanta ausência em casa durante a semana, em decorrência do trabalho que me absorve todo o tempo, normalmente permaneço em casa durante o final de semana. Mas este convite era irrecusável, tanto por quem me convidou - que merece toda consideração, por tratar-se de uma família por quem tenho grande apreço. E, também, por ser uma viagem a um lugar que me despertou um imenso interesse em conhecer – por sua beleza paradisíaca – que há muito tempo escutava falar e ainda não tinha tido oportunidade em conhecer.
Na sexta-feira confirmei a minha presença e de minha filha. Então, a partir daí, começamos a nos preparar. Fomos avisadas que deveríamos ir bem à vontade, pois o lugar era muito rústico; como também, não poderíamos ter medo d’água. Faríamos uma parte do percurso rodoviário e outro fluvial. A princípio, veio aquele friozinho na barriga por não saber nadar, mas logo veio a solução: usar o colete salva vidas, caso houvesse algum contratempo, ficaria pelo menos boiando. A minha filha, que gosta de experimentar seu limite de adrenalina, foi a maior incentivadora para minha definitiva decisão.
Unimo-nos ao grupo da família anfitriã, no domingo às 10h00minh, e fomos transportadas de microônibus até a cidade de Itajá - que fica localizada na região do Vale do Assu - até às margens da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves.
Lá chegando, os olhos bailaram sobre aquela imensidade d’água, lindo! Parecia mais a entrada para o paraíso. Na “marina”, ou assemelhada, estavam duas lanchas a nos esperar. O destino seria uma pequena ilha no meio daquele céu líquido, azulado.
Depois de colocar o colete salva vidas, claro, acomodamo-nos na lancha e partimos. O tempo do percurso foi estimado em 15 minutos, mas naquele transcurso, já nos deleitávamos com o passeio sobre as águas, apreciaríamos que fosse muito mais longo. As águas estavam tranquilas, cortadas pela velocidade das lanchas, deixando para trás o rastro em brancas espumas. O sol irradiava toda aquela extensão e maravilhados, não nos cansava de falar de tudo aquilo que banqueteava os olhos.
Rapidamente e sem problemas, chegamos à ilha. Um ambiente rústico, porém de um aconchego formidável. Caminhamos - exercitando as pernas - até a casa, que se localiza a mais ou menos duzentos metros da margem, num terreno íngreme, cercada de um selecionado pomar. Instalados confortavelmente no alpendre, iniciava a festa.
Comida gostosa, bebida gelada, papo descontraído, sorrisos abertos... eram promessas de um domingo inesquecível.
À tardinha, formou-se uma turma para passear de lancha e jet sky. Outra, para cair nas águas cristalinas, num banho gostoso. Fiz parte da segunda. Sou medrosa. Mas, imaginem quem estava na primeira turma, pois é, ela mesma - minha filha; êta menina levada da breca!
Já estava anoitecendo, quando resolvemos nos despedir daquele lugar e retornar. Ventava forte. As águas formavam marolas razoáveis, e a lancha não mais deslizava como na ida, saltava literalmente. E seus ocupantes, também. Senti medo. Imaginava-me caindo naquelas águas. O tempo - quinze minutos - pareceu eterno. Percurso vencido e em paz. Enfim, terra firme. De volta a vida real, com as lembranças inesquecíveis, de um dia no paraíso.