Recírio outra vez.....

Recírio outra vez...

Termina a quinzena do Círio. A temporada do Círio de Nazaré. Encerra com inúmeras homenagens, religiosas, profanas, esportivas. Por aqui, este é um evento repleto de multiplicidades. Tudo nessa temporada converge par um ponto só. As feiras de artesanato expõem sobre o Círio, os Shoppings decoram-se inteiros para o Círio, surge cada exposição entre curiosa e perfeita. Aos olhos é um constante alegrar. Belém é uma grande festa. Quem já não viu e se divertiu com os Palhaços Trovadores e a peça “A morte do patarrão”, e deu boas risadas com os Notáveis Clowns na peça” Em busca de um lugar a corda”?

Sem contar o Auto do Círio, a Feira do Mirití, o Arrastão do Pavulagem, os inúmeros shows em homenagem a Maria, muitos cantos, concertos. Ah o Círio vai e deixa imensuráveis saudades. Teremos a mão as comidas, a Basílica e a Sé, a “Nazica”, tudo está ou fica no seu lugar, mas o clima do Círio, esse é único, emotivo, dramático e alegre ao mesmo tempo, esse se vai com o Recírio, com os fogos e volta somente no ano que vem.

É Recírio. Faz feriado em nossos corações. Ficamos em casa. Nada de trabalhar cedo. A temporada foi intensa e cansativa. A Nossa Senhora original volta, entre aplausos e lágrimas ao Glória da Basílica. Mas não sai do cativo lugar que tem em cada coração, cada alma paraense.

Sentem saudades os periquitos do CAN. Sentem o silêncio, a ausência de fogos estourando os moradores e trabalhadores do entorno da Nossa Basílica Santuário. Está lá a velha Sumaumeira, a Caixa, O Instituto de Artes do Pará. Tudo fica no lugar. Aquele ambiente, espaço, ganha mais impressão de emoção, é todo um lugar sagrado pelo que lá ocorreu no Círio, pela emoção inexplicável de cada um dos DOIS MILHÕES de pessoas que ali chegaram ou se aproximaram, com as almas repletas de graças, em pleno e intenso regozijo.

Nazaré, a cada Círio, jamais será o mesmo bairro, a mesma Avenida. Nunca será igual, o dinamismo da fé proporciona isso.

Muitas saudades. Muitas alegrias. Muitas, incontáveis demonstrações de Fé neste Círio que fecha seu Ciclo.

Nada a filosofar, querer explicar. O Círio é isso. É assim, misturam o divino e a arte, a fé e o profano. Somos um e somos muitos no Círio. Somos o sagrado, o homem errôneo e imperfeito de mãos dadas com a divindade. Com a supremacia e simplicidade da religiosidade.

Adendo:

# Em Belém, o Bairro onde fica situada a Basílica Santuário de Nazaré, chama-se Nazaré assim como é também Nazaré a avenida principal do Bairro.

# A sumaumeira secular esta localizada meio ao concreto do CAN (Concha Acústica de Nazaré) e serve de palco para o Show dos periquitos que fazem revoadas com hora marcada, e tornam-se uma atração a mais.

# Nazica, é um apelido carinhoso que o povo daqui, cheio de intimidade tem para chamar a Virgem de Nazaré, que pode ser também: Naza, Nazarezinha...

# Recírio – É a segunda- feira posterior ao Término da quinzena do Círio, um meio feriado, onde se trabalha apenas após o meio-dia, e em alguns locais após as quatorze horas.

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 27/10/2009
Código do texto: T1889714
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