A MULHER SE SUBMETEU AO HOMEM OU FOI SUBMETIDA POR ELE?
 
                         
         É revoltante assistir a filmes em que as histórias criadas botam a mulher como secundária e não merecedora de credibilidade como valor humano, pensante e cidadão. E a maioria delas até hoje sente e pensa, ou duvida do seu mérito como menor,
         Aliás, nem sempre ligo para isso, só quando estou de mau humor ou impaciência.
 Desde priscas eras. Já li que na Idade da Pedra, nesses tempos remotos da origem do homem havia o matriarcado.
A maternidade da mulher faz dela uma inteligência mais abrangente pela gestação, na transformação que vai sofrendo seu corpo e sua sensibilidade. E vai compreendendo que as mudanças têm um sentido maior e importante, até o nascimento do seu filhote. O ventre vai aumentando. Sente o corpo diferente. Muda a visão do mundo, o comportamento e prevalece o instinto maior de proteger e cuidar do seu ventre, e descobre que há outra vida dentro. E, por observação da natureza já viu que todos os bichos e animais passam por processo parecido e cuidam extremosamente de seus filhotes quando nascem e crescem, amamentando-os em seus seios. À medida que crescem protege-os mais, até saberem se defenderem sozinhos.
         E percebem que desenvolvem alterações de comportamento muito semelhante aos animais. E, com um cérebro racional, diferente dos demais animais, amplia muito a sua visão da vida e da sua sociedade em formação e a importância da sua intervenção para que seus filhos não sejam prejudicados.
         Esta visão só vem com a maternidade. Enquanto moça solteira, jovem, desenvolve-se igual aos rapazes, no seu conteúdo mais profundo. Não sentem nada demais pelos bebês que vão nascendo de suas irmãs e nem entendem porque as novas mães ficam tão diferentes e “chatas” em relação às questões femininas e á amizade e comportamento social.
          Assim como um alguém inventou a esfera, o círculo, a roda, o homem começou a “abrir a cabeça, ou seja, atinou que tinha inteligência sofisticada, mas não sabia. e por isso não a usava, usava só seu instinto animal. Nesse período rolam séculos ou milênios. E o homem sofre grandes transformações inventivas, criadoras e começa a perceber que, com esse trunfo pode transformar o mundo, a vida dele e do futuro. Como por muitos tempos foram só instintivos, a novidade que tinha cabeça para pensar e deliberar, claro, botou-a a funcionar a seu favor. E preservou em si o seu pedaço animal, aquele que não precisa pensar, preservando seus músculos fortes para vencer o seu oponente ou o seu interesse.
         Os gregos segregavam as mulheres em seus muros residenciais c/ seus escravos e filharada e proibiam de sair á rua, e de freqüentar estudos e professores, para nada aprenderem do que eles estavam aprendendo. Talvez aí tenha nascido o “egoísmo”.
Enquanto isso precisava criar deuses, para que eles dissessem as coisas que eles queriam que fossem ditas e que consideravam adequado ser acreditado.
E os gregos viviam nababamente com rapazes com os quais mantinham relações sexuais e enquanto curtiam os banhos e massagens criavam discursos de idéias que queriam incutir na sociedade em formação. Era tudo muito conveniente. (A Zélia que me corrija).
E em todas as eras as coisas foram tomando proporções de mando e comando cada vez maior, A Igreja, feita inclusive de homens com as idéias mais bestas, mas atendendo aos seus interesses.
E no transcorrer da história do homem no mundo, as maiores barbaridade e distorções foram criadas, ressalvando que “homens de maior senso e inteligência contribuíram por fora dessas colocações dos homens comuns”.
         Bla-bla-blá é uma história muito comprida e inútil repeti-la, mas o que não evoluiu foi o homem largar o poder depois de conscientizá-lo. Os maravilhosos poetas e filósofos, cientistas e inventores que ocorreram não conseguiram mudar os homens. Estamos no século XXI e tudo está cada vez pior.
         Mas as mulheres mudaram, mesmo com o “massacre” sobre elas. Quando fiz vestibular na ENE-UFRJ entraram cerca de duzentos alunos e, entre eles, apenas quatro moças. Jovens de vinte anos acham tudo natural, só curtem sua juventude. Então não me espantei com tão reduzido número de mulheres. Mas atualmente, confiro com prazer ver as faculdades com mais de 50% de estudantes mulheres.
         E o homem está começando a mudar, finalmente. Está meio perdido, mas vai se achar um dia.
          Há esperança.