Por que eu quero ser repórter?

Mesmo diante de tantas dificuldades que os profissionais de imprensa sofrem, meu sonho de ser repórter ainda prevalece. Ser repórter não é apenas sair dia após dia para a “rua” em busca de conteúdo para encher os espaços em branco de um impresso. Pelo contrário, considero a reportagem como a alma do Jornalismo, ou seja, o estado de espírito da profissão.

O repórter é antes de tudo uma pessoa curiosa, rotulada às vezes como chata, detalhista e insistente. Tem que saber levar “não”, enfrentar mal humor e nunca desistir quando um telefone só dá ocupado ou quando aquela fonte tão preciosa não encontra tempo para falar com você. Precisa ser persuasivo e apaixonado pelo que faz. Tem que ter vontade de saber sempre mais, buscar o contraponto e por que não causar polêmica.

Eu quero ser repórter por isso e muito mais. Quero ter essa paixão, essa vontade de passar do horário em prol de uma grande matéria. Quero quebrar barreiras e me superar. Não importa onde eu esteja, seja em uma guerra ou em uma grande festa, vou fazer de meus escritos presentes. Vou contar o que vi, o que senti e colocar vida em meus textos.

Não me preocupo com o que os outros pensam ou deixam de pensar sobre meu querer. Quero apenas não ficar nesse mundinho de “copy/past” que muitos acreditam ser Jornalismo. Vou a campo, mesmo sabendo que é pedreira, pois o prazer da profissão está também no fato de se aventurar e poder expressar sentimentos através de palavras.

Na verdade, esse caminho que escolhi não é fácil e acredito que terei de enfrentar muitas pedras durante esse percurso. Não me importo se os “leads” farão parte de meus sonhos, ou se as “fontes” tomarão o meu almoço. O que quero é apenas fazer o que eu gosto, e consequentemente, sentir-se realizada pelo que fiz.