Meus 15 anos
Parece que foi ontem quando eu minha mãe estávamos deitadas no sofá contando quantos anos faltavam para eu fazer 15 anos, era aquela contagem regressiva para chegar o dia do aniversário, do meu aniversário, vontade essa alimentada pelo desejo de soprar as velinhas e fazer o pedido, que no ano seguinte já nem lembrava mais o que era.
Era sempre uma alegria, todos se reuniam em minha casa para comemorarmos mais um ano de vida e para saborear as comidas que toda festinha de pobre tem, cachorro quente, salgadinho, cajuzinho... Sem contar nas superstições de colocar o papel debaixo da cama pra ganhar mais presente, falando nos presentes... Era sempre aquela expectativa de que presente ia ganhar, qual Barbie, qual joguinho de panelinha e qual a cor do joguinho de toalha que a vovó sempre me presenteava com meu nome bordado em letras garrafais, e que esse ano irá fazer muita falta de escutar ela dizendo que já não tinha a mesma habilidade como antes, e eu com um sorriso enorme retribuía que ela era muito importante para mim, hoje ela ainda é, só que não posso olhar para sua fase e dizer isto.
Lembro-me das vontades que tinha de pintar a unha de vermelho, de voltar tarde de um show, de completar uma mão cheia de anos, de poder usar maquiagem, salto alto e brinco grande, de viver um amor, de poder ir sozinha para a escola, de ir ao banco e falar que eu estava pagando a conta, de viajar sozinha... Mas minha mãe dizia que era só quando eu completasse 15 anos.
Hoje, a idade chegou e muitas dessas coisas eu realizei até mesmo antes dos 15 anos, mas o que eu não sabia é que todas essas coisas não faziam tanta diferença e que não iriam mudar a minha personalidade e que aquela Dandam de antes que gostava de pique, de doce, de histórias de princesa e pica pau permaneceria viva dentro da Dany de 15 anos!