VIAGEM INDESCRITÍVEL

O andar da carruagem o levou a lugares distantes e imprevisíveis. Ainda que em sonhos tiveste vivenciado tal experiência, nada se assemelhava aquele momento em que viajava por longas, intermináveis estradas. Fora o bom senso, insensível em dado momentos, sensível noutros, assim viajava sem saber onde estacionaria sua "carruagem".

O belo e o feio se confundia a cada avanço, a cada mudança de rotas, a cada ultrapassagem nos portais, que eram muitos. Entrada e saída também se confundiam, não era pra menos, havia muito dias, muitas horas de viagem com destino indefinido. "Uma hora haveria de tudo terminar" - imaginava ele.

E o infinito se abriu numa evocação divina aos deuses do Olímpo. E nada mais era tão límpido, translúcido que tudo que já vira! Era o falar menos, quase silenciar diante de tão monstruosa perfeição e precisão. Ele deitou-se e dormiu embalado nos braços de Orfeu.

niceooliver
Enviado por niceooliver em 23/10/2009
Reeditado em 24/10/2009
Código do texto: T1883384
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