O Mar de Salvador

O mar de Salvador é de um verde bonito, mais escuro à medida que, se olha além da costa; os portugueses devem ter ficado encantados com as belíssimas praias que vislumbraram em 1500. Tinham muita coragem de enfrentar o oceano naqueles calhambeques, numa época em que a pirataria marítima era uma constante; depois de muito tempo, chegaram a uma terra, absolutamente estranha, cheia de índios de bunda de fora, com vontade de fazer um guisado de portugueses. Não era bem assim, pois, esses chegavam armados até os dentes e bastariam alguns tirinhos para que os nativos se acalmassem. Muita petulância, se intitularem donos das terras de Vera Cruz, quando o normal seria que cada povo fosse francês ou holandês ou espanhol, se estabelecesse nela, onde quisesse e como quisesse. Quem poderia ter direito de reivindicar a terra seriam os índios, hipótese inviável. Ora, se os indígenas não tinham qualquer desenvolvimento, se viviam como os bichos, seria justo que se mantivessem em suas terras, mas não no Brasil inteiro; deveriam desenvolver-se, aprender o caminho da civilização no decorrer dos 500 anos do descobrimento. Essa história de deixar incomensuráveis áreas de terra para os indígenas é pura maluquice; nada de mantê-los segregados em reservas como se fossem bichos, jacarés do papo amarelos etc. como nas reservas africanas. Tem de botar essa turma para estudar e se civilizar, pois, já não é sem tempo. Imagina manterem-se reservas de gente do tempo da pedra lascada. Os que aprenderam antes poderiam chegar e preparar a população indígena, sem essa de escravidão, pois, isso é coisa de filhos da ... Nessa história de grandes glebas de reserva indígena, entram os interesses dos políticos ladrões, levando comissão de tudo que é jeito. Hoje na livraria, um bom homem estava indignado falando que Rui Barbosa era o maior brasileiro de todos os tempos, pois, inclusive fez uma Constituição para o Pais em 2 dias. 400 bandidos (sic) que compunham a Câmara levaram dois anos para fazer essa droga que ai está...Foi nessa bosta que entrou a tal demagogia das reservas indígenas. Muito bom manterem os índios no meio do mato, sendo picados por cobra e morrendo de malária, quando não, servindo de repasto às onças. Quanto aos bandeirantes, colonos e Fazendeiros exploradores das terras, isso é outra história. Se a Constituição fosse objetiva, sem ser a colcha de retalhos dos grupos e lobbies, com vontade de estabelecer poucas premissas básicas; sem funcionário público poder acumular empregos e outras tolices de igual teor; poderia estabelecer que ninguém deveria ser proprietário de mais de 100 hectares de terras, nem os índios bundas-de-fora ou de shorts. Eu falava do mar de Salvador e perdi o fio da meada; já conhecia de outras vezes a cidade e fiquei muito surpreso com a sua sujeira e a pobreza. Orla marítima, importância turística em todas as cidades indevidamente aproveitada; casas mal construídas, casas de pés direitos baixos, lixo urbano, tipo latas de cerveja e da maldita Coca-Cola, pés de sapato, chinelos, pedaços de roupa, camisas de Vênus, ou se acharem mais elegantes, condons; ruas sem calçamento, sem meio-fio, sem esgoto, em síntese, uma pocilga. À noite, os manos de Caetano batem firmes um tambor altíssimo, tirando a paz de quem se aventure a esse turismo desatinado.