Vida!

[24/03/09]

Esperando o vídeo carregar, vejo meu rosto refletido na tela negra do computador.

Realmente não há momento certo pra iniciar uma reflexão, ela simplesmente começa.

Você pode vir a tropeçar em si mesmo durante um passeio enquanto toma seu sorvete e olha nos olhos de quem esta ao seu lado, pode ser enquanto cozinha batatas, enquanto lê um livro ou simplesmente ao esperar que um vídeo comece.

Você começa a pensar no que é a vida, o que ela significa para você, o que você significa para ela, que marca você deixará neste mundo. Sim, porque não há como pensar no existir se a idéia de não existir mais não vier igualmente forte em sua mente. São duas faces da mesma moeda. E neste momento, há a epifânia de quanto é efêmera esta vida, de quão frágil ela é.

Não quero aqui discorrer sobre os mártires, sobre o sentido da vida (mesmo porque cada um tem ao seu) e muito menos dar “lição de moral”. Discorro sobre sentimentos. Isso, sentimentos. Os tão “badalados”, mencionados. Discorro sobre o ser humano e sobre o que ele é, o que ele se torna e por isso, discorro sobre as relações humanas.

No caso, discorro sobre as MINHAS relações humanas. Afinal, não se pode escrever sem empirismo. Escritor é escritor, mas deve sentir. Ou, no mínimo, perguntar, imaginar, para ai sim concretizar em uma folha de papel.

Enfim, discorro sobre a vida.

Sobre a MINHA VIDA! Sim, o ser humano já é um ser egocêntrico, ensimesmado por natureza, mas há um aval para isto tudo: somos um universo em nós mesmos. Cada um tem sua(s) particularidade(s), as coisas que tornam as pessoas tão incrivelmente interessantes e distintas. Não há um ser humano igual a outro. Somos universos, universos em conjunto, que, no fundo, formam um só pelo principio dialógico.

[ Até esta confusão é coerente. Porque bato o pé e afirmo quantas vezes for preciso: O SER HUMANO É BARROCO!!! ]

O principio dialógico nos diz, em grossas palavras, que nada se cria tudo se modifica. Nenhum discurso é puro, segundo este principio. Nós todos temos a sensação de sermos livres apenas por termos nosso discurso a nossa maneira (teoricamente), mas este discurso esta repleto de outras vozes, eco de vários tempos.

E então você começa a achar que não pode ser possível haver qualquer tipo de distinção, já que todos têm esta polifonia. Mas, mesmo na igualdade, há uma diferença, uma diferença linda. E obviamente, friso a diferença interior. Afinal, somos o que falamos, o que pensamos, o que sentimos, não o que vemos.

Gosto/Amo cada amiga/amigo da maneira que ele se difere dos demais. Só para citar (peço perdão se não citei alguém, é que realmente, citarei apenas as características marcantes de algumas pessoas). Amo como minha mãe me acalma só com o abraço, ou o jeito meigo dela de falar.Amo como meu pai sempre me deixa mais racional, tenta me (e se) transformar constantemente em uma pessoa melhor. Amo como meu avô , mesmo tentando não demonstrar sentimentos, demonstra sem querer. Amo como minha avó se preocupa conosco e tenta sempre nos agradar.Amo o jeito brincalhão da Pam, da maneira como ela leva a vida sem se prender em detalhes, em preocupações, muitas vezes, sem fundamento. Amo como a Índia consegue ser ouvinte de todas as suas amigas. Amo como flui as conversas com a Lygia, a Thata, a Naty e Beá, como a Nega é divertida.Amo como a Bel irradia alegria, o jeito do Carlinhos quando faz alguma brincadeira, a gentileza das Camilas, as zueiras da Lara e do Paulo, a forma como a Elaine sempre nos ajuda e etc . Para falar de modo geral: é na faculdade e na dança que sinto-me uma pessoa mais feliz. E com esse e outros amigos que esqueço de tudo que se passa comigo e tudo parece mais simples.

Aliás, o grau de importância que damos a determinadas coisas esta nitidamente relacionado ao nosso estado de espírito.

Sinto falta das idas ao parque da Mônica, das conversas no travesseiro, das epifanias sem sentido, das FF, das conversas de vizinha, de brincar de chute ao balde na rua da praia, de ir na rua 9, de achar que o mundo se resumia na minha casa e na minha família, de brincar com o rodinho junto com a minha avó, de brincar na rua da Mata, do clube, ...

Mas esta nostalgia toda não me faz admirar menos o que sou hoje, o que me tornei, não me faz gostar menos da minha rotina. Posso dizer que tem dias que quero sumir, mas não há nada como acordar e saber que o mundo te espera: faculdade para dar altas risadas, trabalho para realização , dança para abrir a mente e o corpo e as minha diversões de fds.

Amo muito tudo isso.

Patty Maciel
Enviado por Patty Maciel em 23/10/2009
Código do texto: T1882556
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