APatA
APatA
Ass. dos
Patéticos Anônimos
Soaroir 18/10/09
Nunca me viciei em coca-cola ou levei alguma coleção a sério. Depois de uma cerveja, o que mais gosto é um pastel de feira, e caldo de cana que me remete à minha infância na usina Ururaí. De resto sempre fui uma pessoa alegre e esfuziante, embora com o tempo venho tentando me conter, diante de certos embaraços, ciúmes e até inveja que causo nos circunscritos que, quando me aceitam, me recebem como um ser fora da ordem mundial.
“Entre os ingleses aja como um” ou algo assim. Não me lembro se mais alguém já disse isso, mas ouvi do meu filho em uma das vezes em que fui visitá-lo em Cambridge, logo depois de encontrar o Nick na hora do break, na cafeteria lotada de aspirantes a PhD.
Por umas duas semanas o Nick foi nosso hospede aqui no Brasil e como bom inglês acredito que traduziu a fala "When in Brasil act like one" e a impressão que deixou por aqui foi de rapaz expansivo e carismático.
A maioria dos ingleses é cheia de energia e animação, mas nada de abraço apertado e beijinho dobrado como eu, que de braços abertos e num soprano alto demonstrei a minha alegria em revê-lo: - "Hi Nick!, what a nice surprise seeing you again..."
Só mais tarde percebi o mico. Primeiro "Hi" e não poderia ser surpresa já que eu sabia que o moço estudava lá e segundo...Bom, nem é preciso contar!
Esta, entre muitas outras vezes em que meu esfuzio foi implacável, estava esquecida dentro de algum compartimento provavelmente do tipo “Inspiração Divina” junto de remorsos e desigualdades até que o colega de letras Bancalero sugeriu o mote de poesia "Tantas coisas para se lembrar -Tantas outras para se esquecer" que revirando o compartimento “Inspiração Divina” me dei conta de que sim sou patética, mas não estou só - somente o é aquele que sem compromisso com a censura vive a emoção de cada momento, aos olhos daqueles que ainda não aprenderam a vivê-la.