Uma casa sombria, escura...
Dela saindo apenas maldições que saltavam pela janelas e portas, ainda que apenas pequenas frestas abertas...
Doença que não tem cura, pois não deixa que a luz chegue perto dela.Precisa da escuridão, para alimentar seu viver...
Há muito tempo saiu, desistiu da vida...
Sensação terrível no peito das atingidas...
Uma delas, a mais recente, a da vez,já não dormia, respirava mal, problemas cardíacos noutras...
Todas estavam mal, cada uma ,conforme sua assimilação daquele mal...
Pensamentos misturados : tantas e tantas maldades,maldições , pragas rogadas, misturadas aos momentos bons que também passaram.Esses não podiam ser apagados.
Então, para acabar com a situação, tentar aplacar aquilo, pelo menos temporariamente, resolve ligar...faz de conta que nada de errado existe.
Do outro lado, voz rouca, baixa: como posso estar bem?diz ela.
A conversa desenvolve, quem ligou apenas ouve e enquanto isso, reza, pede forças para não explodir ,ao ser obrigada a ouvir tantas e tantas coisas de um passado que não lhe interessa...
Acusações, palavras colocadas nas bocas em posições erradas à realidade.
Mas ela , a da vez, ouvia firme... a outra, falava, falava, não queria que desligasse...
Aparentemente tudo falado, resolvido,"até a página dois", somente...
Uma vez, nessa relação já houvera sido colocado um band-aid sobre uma ferida. Essa, não curou, nem poderia...
Hoje, com esse gesto, sentia como se houvesse colocado faixas e faixas de gazes, abafando aquela mesma ferida, que agora, já quase gangrenada.
Isso é amor?
Que nome podemos dar a tal atitude?
É atitude para proteger a si e aos seu entes queridos, do seu núcleo , contra as maldições, que agora, a partir de hoje, se viram contra outra pessoa.
Outra estará na telinha...
Foi sempre assim, é sempre assim...Será sempre assim...
Até quando todas suportarão?
Sobreviverão a tudo isso? Só conseguindo manter suas cabeças bem boas, em atividade, brincando, levando a vida COMO DEVE SER VIVIDA, entrando, esfolando-se, caindo e levantando, mas sempre, nas piores desgraças, achando um jeito de de uma ou outra forma brincar...Ou então, escrever...
Até quando? Ninguém sabe...
Viva as sobreviventes!
O barco ainda não afundou total!
Ainda estão agarradas numa tábua e esta poderá, talvez, vindo lá de cima, mostrar um caminho... chica