Qual a sua contribuição?

Da janela do prédio onde morava, já com sintomas de depressão, todos os dias observava a multidão frenética indo e vindo para todos os lugares e foi num desses dias comuns em nossas vidas, onde tudo parece ser exatamente igual ao dia anterior, que ocorreu um fato interessante, entre tantas pessoas ele viu que lá na rua um senhor, que deduzia ter uns sessenta anos, ajudava uma moça que tinha em um de seus braços uma criança e na outra sacolas de supermercado, acompanhou toda a ação até onde os seus olhos conseguiram enxergar, vendo o senhor gentilmente carregando as sacolas, onde podia-se entender que não eram tão leves assim. Aquela cena de alguma maneira fez com que refletisse por todo o dia.

Já tinha se esquecido do acontecido quando novamente deparou com outra cena pitoresca (não sei se usei o termo correto), desta vez o senhor ajudava as crianças a atravessarem a rua, como um verdadeiro guarda de trânsito em um local onde não existia semáforos e na entrada de uma escola, do alto do prédio camuflado pelas janelas, ficava a olhar aquele senhor numa tremenda felicidade, sem conseguir compreender nada do que via. Dois dias depois o mesmo senhor agora ajudava um deficiente visual a pegar o seu ônibus num ponto, pelo menos era o que se podia entender, de maneira atenciosa falava todos os itinerários para que o rapaz pudesse chegar ao seu destino corretamente. Enquanto assistia a tudo aquilo com extrema curiosidade, acabou se distraindo, foi quando o senhor percebeu que alguém estava a lhe “vigiar”.

Outros fatos se sucederam, antes que os dois inesperadamente se cruzassem pela rua, assustado com o encontro o rapaz logo quis disfarçar e sair, foi quando o senhor de maneira educada pediu:

- Só um momento, preciso falar contigo!

Não teve outra reação, ficou paralisado na calçada, enquanto o senhor aproximava-se dele.

- Desculpe eu estar lhe incomodando, mas já faz um tempo que percebi que ficas a me olhar pela janela do seu apartamento, há algo que possa te ajudar?

- O senhor tem razão, realmente fico a lhe observar do meu apartamento, eu que peço desculpas não foi por querer, começou por acaso, estava a olhar todas aquelas pessoas quando o vi pela primeira vez carregando algumas sacolas para uma moça.

Atentamente a ouvir aquilo, o senhor, com toda a sua experiência, perguntou ao rapaz, pois era nítido, se sofria de algo. Ao fazer um sinal de positivo com a cabeça, o velho o convidou até uma padaria para que bebessem um café.

- Conte meu jovem, o porquê dessa depressão?

- Também não sei, sinto um vazio dentro de mim.

- Ah meu caro colega, agora começará a entender o motivo de toda essa minha vontade em auxiliar alguém, assim como você estava com sintomas de depressão, vivia a base de drogas (remédios) e nada fazia me sentir útil, nem a mim mesmo. Foi quando decidi que precisava fazer algo e num belo dia acordei disposto a colaborar com que necessitasse, seria o mínimo da minha colaboração com o mundo. Eu lhe recomendo que faças um teste e verás que o pouco que fizer, no final será muito bem recompensado. Dê a sua contribuição, faça como eu.

E exatamente como aquele “jovem” (espiritualmente) ensinou, acordou cedo disposto a ajudar alguém, a contribuir com uma sociedade melhor, e ao entrar no elevador já começava a sua nova empreitada, com um sorridente BOM DIA cumprimentava a todos que ali se encontravam.

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 21/10/2009
Código do texto: T1878256
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