A FILA ANDA

Quem nunca chorou a ausência do seu amor que atire a primeira pedra!
Nós mulheres, por mais modernas que sejamos sempre guardamos em nós aquele “Q” do romantismo feminino. Isso não é mal não. Faz parte do nosso charme e associado a outros itens, parte de ser feminina.
Porém, o romantismo desde os primórdios vem agregando ao seu conceito “chavões” que podem se transformar em perigosas armadilhas para os relacionamentos.
Cansamos de ver certas frases serem ditas e escritas por aí. E até aparecerem como recadinhos reluzentes, postados na internet no auge do nosso romantismo: “Você é Tudo pra mim”, “Você é dona (o) do meu coração”, “Não vivo sem você”, “Acordo por você todos os dias”,"Não respiro sem você" etc, etc... Deliciosos exageros!
Hellooooo!!
1- Você só não pode viver sem você mesmo.
2- Nós respiramos "ar". Ar é gás. Uma pessoa é sólido. Sendo assim, irrespirável. E também não dá pra respirar atravéz do nariz dela.
3- O Sol vai nascer inevitavelmente mesmo que você morra. Você, seu periquito, seu papagaio... O cachorro do seu vizinho. O Sol sempre nasce só não nota quem é bobo.
4- Se você acorda todos os dias pelos outros e para os outros... Se liga! Acorde por você também.
Não me leve a mal.Tudo isso é muito bonito de se dizer, ouvir e viver. E deve mesmo ser vivido! Eu mesma adoro morrer de amores e não vivo sem amor. Afinal, sou poeta! Mas além de poeta, sou uma eterna aprendiz da vida, gosto de viver.
Uma das coisas que aprendi a muito custo, é que não se deve viver por ninguém e sim, viver com alguém e por NÓS. E na ausência desse alguém, continuarmos a viver por nós, até que esse alguém retorne ou que chegue um novo alguém.
Também é preciso atentar para o detalhe que a ausência nesse caso, não está atrelada necessariamente ao físico. Ela pode se apresentar como uma “evasiva de ternura”, dando uma sensação de estarmos em um vácuo onde temos a impressão de amarmos sozinhos, sermos apenas amados sem recíproca. Ou simplesmente nem amar nem ser amado. Essa é a pior ausência que existe: "a ausência da solidão a dois", como já dizia Cazuza. E quando ela chega, é melhor que encontre um outro alguém nem que seja o seu "atual" remasterizado. Porque aquele que foi seu, por mais que esteja deitado ao seu lado, hoje... É ninguém.
E não há nada de trágico nisso. É a vida! Essas coisas acontecem. Felizmente nem com todo mundo e nem com você todas as vezes que se apaixonar.
Então tenha medo. Sim, o medo é bom. Se bem administrado, pode atuar em nosso favor. Eu devo estar parecendo uma louca cética, eu sei. Mas não tirem conclusões precipitadas, eu vou explicar.
Acredito que todos os sentimentos têm as suas funções positivas. O medo nesse caso, não deve nos servir de trava para entrarmos em novo relacionamento. Mas sim, como freio para sentimentos negativos e inevitáveis como dor, raiva, mágoa, etc...
Inevitáveis, porque se somos feridos sentimos dor porque estamos vivos e somos humanos. A injuria nos causa raiva, porque meche com nossa auto-estima. A ferida, a dor e a raiva nos levam as mágoas. São reações normais, todos nós sentimos isso. Afinal, nós não vegetamos. Nós vivemos!
E é aí que entra a função do medo. O medo da dor, pode nos impedir de darmos a ela permissão para tomar conta do nosso corpo e da nossa alma. E o mesmo acontece com os outros sentimentos.
Se formos machucados vai doer, é inevitável. Mas respira fundo, continua vivendo por você e não deixe que aquela dor fina que irá surgir bem no meio do seu peito, tome conta da sua alma. E assim que a oportunidade se apresentar, recomece com outro alguém. Porque não há nada mais gostoso nem que nos faça sentir mais vivos do que amar.
A fila anda!













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cinara
Enviado por cinara em 20/10/2009
Reeditado em 05/12/2009
Código do texto: T1877431
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