Os Desiguais

Já dizia Aristóteles que “o homem é um animal social”. Por isso sente a necessidade de relacionar-se com o seu semelhante. Sim, semelhante, não necessariamente igual, o que é praticamente impossível entre o mais de seis bilhões de seres humanos existentes no planeta. Assim, buscam formar seus grupos sociais, estabelecendo uma ordem natural, de acordo com os costumes, os níveis econômico e cultural, segmentando as diversas camadas da sociedade, onde possa ter um convívio sem tanta desigualdade. Formam seus clubes, suas associações, de acordo com as suas categorias profissionais, sempre com o intuito de maior agregação. Entretanto, por mais que tentemos nivelar os nossos semelhantes, ainda há o choque entre os desiguais na maneira de pensar e agir, criando, por consequência, alguns conflitos. É preciso, portanto, que saibamos ser tolerantes com as habituais divergências de ideias que ocorrem no nosso meio social. Até no convívio da família, que é uma pequena célula da sociedade, deparamos com essas divergências, para o que precisamos de muita habilidade para estabelecer a necessária harmonia. Por ser constituída de faixas etárias diferentes, eis aí também os diferentes costumes e desejos. Como exemplo, vou apenas citar um passeio em família, a começar pelo horário de acordar entre os jovens e os idosos, o café da manhã no hotel, cada um em horário diferente, prejudicando toda uma programação que, quando satisfaz a uma parte, desagrada a outra. Somos realmente desiguais. Por isso, até nos passeios, as empresas de turismo procuram segmentar os grupos, evitando assim o conflito de interesses entre hora e lugar a ser visitado.

Comparando com outras situações, vemos que não é fácil conciliar interesses ainda que no mesmo nível social e econômico, porque independentemente da classe a quem pertencem, as pessoas são realmente diferentes, são desiguais. Eis aí necessidade que temos de aprender a conviver com as diferenças, porque jamais encontraremos um clone entre os nossos semelhantes. Somos todos diferentes, somos desiguais.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 20/10/2009
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