Homenzinhos Verdes
Adormeci na noite do dia 18 de Outubro com a certeza de que tudo estava normal com o mundo. Isso, sem levar em conta as mudanças climáticas terrestres, os cataclismos universais repentinos, o fato de que uma vez a torrada caiu com a manteiga pra cima. De resto, tudo ia normal.
Quando acordei pela manhã, executei o que fazia de praxe: acordei com o despertador, que deveras estava altíssimo, e que me custaria o ouvido direito daqui há alguns anos; desliguei-o, orei e levantei-me, com o pé direito; sabia onde tudo estava e sem olhar, meti as mãos no óculos de grau e coloquei-os. Abri a porta do quarto e saí, já arrumado para o trabalho, e fui tomar café.
Ao chegar na sala para o café, tive uma surpresa e quase morri de susto: todos estavam verdes, e pequeninos!. Custei a acreditar mas reconheci a todos: mamãe, papai, e o meu irmão caçula, e também o meu sobrinho de 5 meses. Verdes. Pequenos. Da família. Imaginei de pronto que alguém tinha raptado minha gente e posto invasores no lugar, espiões. Será que queriam me investigar, pedir resgate pela família?
Tão logo perguntei pela minha família, começaram a me olhar diferente. Pensei: então estou certo. Eles raptaram a todos. Eu disse que sabiam quem eram e que deveriam trazer meus parentes de volta, e que não conseguiriam enganar com aquela cor verde.
Aí é que olharam estranho para mim. Afinal, quem é que não é normal por aqui? Com certeza não sou eu o alienígena. Foi então que minha mãe, quer dizer, a que era a cópia dela, disse que se eu tirasse os óculos deixaria de imaginar os meus ETs.
Hahahahaha. Quase caí na gargalhada. Mas eu cedi. E tirei os óculos só para provar quem era o alien da história. Acreditem. Pasmem. Na hora em que tirei os óculos, os ETs foram embora e lá estava a minha família de volta. O que será que os fez correr?
Ficaram o dia todo rindo de mim. Da próxima vez, vou olhar bem antes de colocar aqueles velhos óculos verdes!