SABE QUANTO CUSTA UMA SABONETEIRA?
Vou relatar um fato ocorrido comigo e que poderá auxiliá-lo na resposta.
Estava eu, feliz da vida, todo empolgado com a abertura de meu sonhado Escritório, dando uma faxina (a outra, viu Vítor), batendo pregos, furando paredes...
Duas horas haviam passado e, faltava a última coisa. Adivinha? Isso mesmo! Acertou! Furar a parede do banheiro para colocar uma saboneteira. Uma saboneteira simples, de alumínio, mas muito bonitinha e principalmente, prática.
Então, fui. Aí, pensei: _ Vejo onde está a torneira da pia, marco um palmo pro lado e frrruuuu!! Posso furar sem preocupação. Assim nos ensinam, assim acredita-se ser a lógica, ou, pelo menos, acreditava-se...
Isso mesmo. Acreditava-se. Porque o que aconteceu não foi nada disso.
De repente, no sexto “u”, do fatídico frruuuuuU..., eis que sinto algo escorrer da parede. Penso: parede não chora. Tirei a furadeira da parede. Pronto! Veio aquele jato d’água, esguichando forte, molhando minha blusa e minha bermuda.
Minha reação imediata: sair da direção da água. Olho pra direção da água e vejo a sala que, até então estava sequinha, limpinha, após uma faxina feita por mim, começando a encher de água. E o jato d’água parecia cada vez mais forte.
Corro e fecho o registro, e, pra nossa surpresa(minha e de vocês), continua jorrando água “de com força”, como dizem em Ouro Branco.
O que faço então?
Sento! No chão já encharcado, sento e começo a rir. Fazer o quê?
Saio da sala, ainda rindo e vou à procura de ajuda. Encontro, mas, após fechar o registro do prédio, subir ao telhado (imagine eu, que morro de medo de altura, em cima do telhado de um prédio, com telhado baixo, andando por sobre as telhas, desesperado, à procura de um registro), volto à sala com meu salvador e já no corredor percebo que foi tudo em vão. A água já se aproximava da segunda sala.
Ligamos para um bombeiro hidráulico.
Ele pergunta: _ Como está aí?
Começo a rir e respondo: _ Molhado, muito molhado e a sala cheia d’água.
E ele, já rindo, me orienta, pedindo que voltasse com a broca pro lugar, com um pano, ou que colocasse um lápis no buraco da parede, interrompendo momentaneamente o vazamento que ele já estava a caminho.
Sigo as instruções e, deu resultado. Voltei com a broca pro lugar, enrolada em um pano. Parou de vazar.
_ Ótimo! Pensei. Agora é só aguardar.
Porém, não conseguindo ficar esperando sem fazer nada, começo a secar o corredor. Trinta minutos e muita dor nas costas depois, corredor seco, chega o bombeiro.
Mostro a lambança e ele tira a broca. Pronto, se molhou. Dessa vez EU ri dele.
_ Tá forte a água! Disse já sorrindo, e também entrando no clima do “fazer o quê, né?”.
Uma hora depois, tudo pronto. Parede quebrada, emenda no cano realizada, fim do vazamento. Despeço-me, agradecido e satisfeito. Depois de todo estrago, gastei trinta reais, entre peças e mão de obra.
Acompanho meu outro salvador até o corredor, extasiado, muito feliz por ter resolvido o problema do vazamento.
Volto para o escritório sorrindo, lembrando de tudo que tinha acontecido e, ao chegar à porta do escritório, olho para o chão e...
Muita água, acompanhada de poeira e restos de parede. Olha, a água estava marrom... É verdade! Tava tudo muito, mas muito sujo mesmo.
Já não sabia se ria ou se chorava. Mas, tudo bem. Pelo menos não tinha vazamento. Era só limpar tudo de novo e preparar para colocar os móveis. Fui à luta e, após duas horas estava tudo limpinho. Dor? Quase nenhuma. Só doía quando eu respirava. Aonde doía? Dos meus ralos cabelos, até a sola do meu pé.
Chamo um pedreiro para tampar o buraco da parede e mando fazer um espelho enorme, para esconder o reboco e prorrogar o acabamento.
Ficou excelente! Vocês não imaginam como. Depois de tanta confusão, tudo estava resolvido.
Veio o fim de semana. Tudo tranquilo, mas, só até a fatídica segunda-feira.
Recebo um telefonema, para comparecer à sala abaixo do “meu escritório”. Chegando lá, vejo que houve um pequeno vazamento, ocorrido durante o final de semana, infiltrando e literalmente desaguando naquela sala.
Chamei novamente o bombeiro hidráulico e, depois de quebrar novamente a parede, ficou constatado que, o ato de colocar a massa para tampar o buraco da parede, provocou um novo vazamento, somente interno, não podendo ser visto externamente, e que, sem dúvida, tinha sido o causador da infiltração na sala abaixo.
Conclusão? Tive que pagar a reforma da sala de baixo. Sabe quanto gastei? Em torno de R$ 500,00, que, até o presente momento (junho/2004), continuo pagando.
Por isso, sem titubear, eu pergunto: Sabe quanto custa uma saboneteira? E eu respondo: Depende...