OS BASTIDORES DA FÓRMULA 01
Ontem, juntamente com Rubens Barrichello, o Brasil viu frustrar a pequena esperança construída no sábado, com a conquista da pole position e depois o fracasso do nosso representante nessa modalidade esportiva.
A valer-se da história do nosso atual e único representante, não temos muito o que apostar nele, pois sua fama não permite que tenhamos aspirações mais ousadas com tal piloto, haja vista que até hoje não conseguiu convencer da sua competência. Entretanto, não podemos retirar dele sua garra e sua vontade de ganhar, embora sempre fique em nós um misto de desconfiança, com a indagação de que sua performance talvez tenha sido camuflada por alguma manobra de bastidores, que, em certos momentos, parece-nos real quando vemos que suas paradas no box sempre lhe rendem a perda da dianteira que já havia conquistado na pista.
Depois da revelação de Nelsinho Piquet de que teria batido seu F1 por conta da favorecimento da equipe, ficou claro que não existe lealdade na disputa dessa modalidade esportiva, até porque se trata de um circuito internacional que gera riquezas extraordinárias aos donos de escuderias. Eu diria, assim; há muito dinheiro em voga, por essa razão não se pode acreditar em lealdade ou em ética. Destarte, ficou muito claro ontem alguns detalhes que a meu ver camuflaram uma estratégia para retirar de Interlagos a antecipação do título para Jenson Button da BRAWN, em prejuízo claro da performance de Rubens Barrichello, tanto que ele corria com perfeição até o momento que foi para o box e depois que de lá retornou a única coisa que se via era ele reclamando que seu carro não tinha o mesmo rendimento. Não passou muito e teve de retornar com um pneu furado. Podemos chamar isso de azar! Pra mim é mais que isso...A BRAWN, nitidamente, depois dos primeiros fracassos de Rubens Barrichello no início da temporada, fez a opção de colocar em privilégio o piloto inglês e até havia razão para isso, pois era ele quem tinha o maior número de pontos e por ser um piloto mais novo e com um futuro pela frente.
Assim, ficou visível perante o público afixionado por esse esporte, que a BRAWN passou agir de forma menos acintosa do que a Ferrari quando Rubens Barrichello tinha de frear para que seu parceiro de equipe conquistasse um lugar que era seu na pista. Assim, a nova equipe de Rubens Barrichello, de forma mais inteligente e de maneira mais camuflada agia estrategicamente para lhe retirar a dianteira, atrasando no box, ou escolhendo para ele uma estratégia de paradas diferentes do seu companheiro de escuderia. Como tudo isso é feito com cálculos matemáticos, até os comentaristas e narradores se embolavam nas suas previsões, mas o resultado final sempre demonstrava que Jenson Button chegava na frente.
Eu, particularmente, embora sabedor de que não poderia esperar muito de Rubens Barrichello sempre gostei do seu entusiasmo e do seu senso de profissionalismo que encarou sua profissão, pois nunca foi um piloto que se entregou e se fez derrotado como ser humano. Seu exemplo deve servir a todos nós que temos objetivos e que muitas vezes não temos tanto jeito para aquilo que gostamos de fazer. Evidente que o mundo competitivo nos deixa muitas vezes acuado por certas situações e nos obriga a repensar em muitas coisas que fazemos. Entretanto, sonhar é uma coisa que deve persistir em nosso íntimo, até para que possamos superar nossas dificuldades do dia-a-dia.
Por todas essas razões, temos de 'dormir com os olhos abertos', como diria o nosso personagem dos filmes de 'bang-bang', quando o chamado 'mocinho' ficava atento a todos os estalos da noite, em face da necessidade de ter que ficar em vigília contra o inimigo. A Fórmula 01 não é só espetáculo, pois tem suas 'artimanhas' estratégicas, para as quais devemos estar atentos para não sermos enganados como vítimas de um outro sistema onde o maior palco, sem sombras de dúvidas, não é o esporte, mas as grandes possibilidades do ganho financeiro.