Futebol um jogo de interesses 

     Como já escrevi em outras crônicas sobre a atuação da seleção brasileira e seu futebol apresentado, quero hoje encerrar minhas narrativas sobre este tema, para mim foi não uma decepção, mas uma triste verdade. 

     Vou dividir em partes esta crônica, primeiro falando da seleção da França. Quem foi a França neste mundial? Um time mediano, não apresentou futebol algum e só conseguiu sua classificação na ultima rodada. Jogou um pouco contra a Espanha, no restante não apresentou futebol algum. Nem Zidane & Companhia apresentaram futebol qualquer na copa, a não ser contra um Brasil parado em campo. 

     Muitos dizem que a atitude do Brasil contra a França foi uma atitude sem explicação. Um time parado, apático, sem comando, sem iniciativa, sem pé algo que não dá para explicar racionalmente. 

     Outros também dizem – como podemos ver nas imagens – o Brasil na entrada ainda nos vestiários com muita firula com o adversário beijinho para cá, para lá, muito sorrisinho entre eles – não que somos contra a cordialidade – o que se viu foi uma intimidade profunda, sem um espírito competitivo. Uma copa do mundo cada adversário é um “inimigo”, é um concorrente. O jogador ali está representando uma nação, um país desta forma aquela atitude foi no mínimo estranha. 

     Na ultima crônica que escrevi questionei o porquê da saída de Felipão, num debate no SBT Cajuru respondeu. Na verdade quem queria mandar no time da seleção era a CBF, isto é, queria uma comissão técnica corrupta e ainda manter alguns jogadores a contra gosto de Felipão. No entanto, Ricardo Teixeira sabia que não conseguiria isto com Felipão, pois, já havia tido a experiência com Romário quando foi cortado da equipe e ele (Felipão) não cedeu as pressões. 

     Para a FIFA a vitória do Brasil novamente não colabora em nada. Um campeonato que somente um país é campeão não trás prestigio para a competição. O mundo do esporte é político e corrupto, e que, só tem todo este prestigio porque o mundo de certa forma é apaixonado por este esporte. O espírito esportivo está intrínseco no Ser humano. Aproveitando-se desta paixão os dirigentes de futebol sejam os diretores de clubes, os dirigentes do de futebol do país ou mesmo mundial aproveitam-se desta paixão mundial. 

     Voltando a falar da seleção brasileira; grande parte dos brasileiros diz que o Brasil vendeu o jogo para a França. Particularmente, não acredito que isto aconteceu. Prefiro imaginar que a CBF vendeu o campeonato para a FIFA, não havia interesse que o Brasil chegasse novamente nas finais, como também não se poderia permitir que a seleção fosse desclassificada na primeira fase. Ser eliminada na primeira fase tira o brilho da competição pelo que o Brasil representa em termo futebolístico, já ser eliminado nas 4ª ou semifinal não há grandes prejuízos neste aspecto, pelo contrario, se cria mais clima no evento. 

     Partido deste raciocínio penso que o Brasil já havia sido comprado a muito tempo antes da copa. Porque digo isto, o Brasil jogou uma bolinha murcha em todos os jogos. Contra a Croácia levou um sufoco; contra a Austrália nem se fala, sofreu que nem sovaco de aleijado ( nada contra as pessoas deficientes, apenas uma força de expressão); contra o Japão a classificação já estava garantida, então os jogadores puderam apresentar o futebol – enfatizando que o Japão era o mais fraco do grupo e já praticamente desclassificado. 

     Se talvez fosse uma pessoa ingênua, sem malicia, pura acreditaria na hipótese que realmente a seleção brasileira jogou mal esta copa porque é ruim mesmo, que a bola por ela jogada até confrontar com a França foi o máximo que poderia render. Também não descartaria que a França mesmo com a bolinha que vinha jogando é superior ao time brasileiro. Porem, como somos vacinados e infelizmente sabemos que nos bastidores existem muitos interesses escusos; que onde está o homem, o dinheiro e o poder tudo pode acontecer, então prefiro ficar com duas hipóteses. Uma é que realmente os “estrelas” jogaram uma bola murcha porque são inferiores que as outras seleções e a venda do titulo para a FIFA. Para eles (jogadores, dirigentes) foi a união do útil com o agradável.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 04/07/2006
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