A individualidade e o ego
_O que se entende por individualismo? Nos dicionários vamos encontrar como sinônimo de egoísmo ou então como sendo a teoria da prevalência do individual, em relação ao coletivo; na realidade é uma forma de culto à personalidade, comandado pelo ego (“ga”, em japonês), ou seja, o próprio sujeito se coloca acima do bem coletivo, achando que “ele é o cara”. _Já imaginaram um montão desses caras andando por aí, comandando, decidindo, mudando, discursando etc., etc.? Pois é, esse é o retrato do mundo atual, em que a manifestação do ego pelos homens que mantêm o poder nas mãos está, com certeza, levando este judiado planeta às portas do fim. Isto serve para todos os tipos de poderes, a começar pelo político, indo pelo econômico e financeiro, pelo religioso, pelo ideológico, passando pelo poder de polícia, até chegar ao crime organizado; ainda o pior é que há muitas ocasiões em que vários deles se unem em conchavos, com intenções implícitas de formarem poderios de auto-ajuda, blindando-se contra a força da lei e da ordem, objetivando a impunidade e a chacota.
Pobres imbecis, esses camaradas não têm a mínima noção do autoestrago que estão praticando na própria individualidade, porque são extremamente ignorantes sobre o que esteja fora da materialidade das coisas, deixando-se levar pelo ga, que exacerba os sentimentos de posse, de poder, de notoriedade, de presunção, e de outros tão ou mais negativos. Já sabemos que essa forma de pensar e agir é um “prato cheio” para a decadência espiritual e para o acúmulo de máculas, que serão um “peso” desestabilizador da balança medidora dos feitos mundanos, quando nos julgamentos espirituais, após os passamentos. Sabemos também que esse desequilíbrio poderá ser o suficiente para a grande desgraça espiritual de muitos infelizes, ao passarem pela balança do Julgamento Final, que é último e definitivo, sem chances de postergação.
Cuidado! A conquista da personalidade notória, invejada e badalada, em troca da queda da individualidade no mundo espiritual, tem um preço muito caro, a ponto de poder reduzir perigosamente o nível necessário e suficiente à passagem para a próxima fase de vivência no mundo renovado. Isto representa a derrota final, rumo ao desaparecimento como existência espiritual, ou à perda da imortalidade do espírito, que será desintegrado aos poucos, dentro de um tempo compatível com a quantidade de máculas acumuladas! A tão propalada “salvação” nada mais é do que o alcance do mérito espiritual, construído por intermédio de várias encarnações purificadoras e produtivas, que esteja em nível acima do intermediário, rumando para o caminho da iluminação. Qualquer outra alternativa apresentada entra no campo do engodo ou da ilusão, que leva por atalhos inócuos, que só fazem por impedir o crescimento e a salvação!
Caso consigamos recuperar o tempo perdido, decorrente das andanças fora do ponto focal, poderemos até chegar lá, porém só por intermédio de muito trabalho e perseverança, sem desvios, sem lamúrias, com sentimento de amor e altruísmo, sempre focando a salvação do maior número de semelhantes, com a consciência de que o nosso crescimento espiritual está na dependência do sonen (razão, sentimento, vontade) daqueles que nos amam e respeitam. Se apenas ficarmos focados na nossa própria salvação, fica muito difícil conseguirmos alguma coisa, porque são as vibrações positivas, transmitidas pelos innens (elos espirituais) que mantemos com os outros, que nos alimentam de luz e energia, aumentando assim a amplitude da nossa aura; por essa simples razão é que não podemos manter innens negativos, daí o nosso esforço em transformar tudo pra vibrações positivas.
Resumindo: todos nós temos o ego em nossa constituição individual, com a função de nos fornecer uma firmeza de caráter perseverante e lutador, que seja capaz de nos conduzir a realizações de feitos úteis ao desenvolvimento espiritual próprio e coletivo, ou seja, tudo aquilo que possa nos trazer sentimentos de orgulho íntimo e de satisfação pessoal pelo dever cumprido. Há um porém: tudo teria que ser executado sem a mínima vaidade ou presunção, não dando abertura para a manifestação do ga, senão poria tudo a perder.