ENTARDECER
Olhando para a areia, que até há pouco estava carregada de pessoas e seus problemas, vejo agora só restos...só restos onde haviam rostos.
Um vento morno arrasta com ele copinhos de papel,papéis de sêda que envolviam pêssegos,casquinhas de amendoíns, palitinhos de sorvete....restos do prazer.
Olho para os minúsculos grãos de areia que o vento levanta,sinto-me fascinado.
Penso...viajo....o vento leva histórias...passado e presente. Limpa os lugares levando com ele pedacinhos de um momento.
Olho para o mar, o vento mexe com ele levantando cabelos nas ondas.
A praia já esta quase vazia...entardece.
Daqui há pouco só restara o barulhinho gostoso das ondas...indo e vindo.
Reparo numa mãe tentando convencer seus dois filhotes, um menino de aparentemente oito anos e sua irmã lá pela casa dos seis ambos "empanados" de areia e relutantes em abandonarem a guerrinha de areia.
Entardece. O vento me convida para ir embora e no céu já há um prenúncio de lua minguante.