Amizade virtual
O amigo é um elemento importante para a construção de bons momentos. Não falo aqui dos amigos presenciais que podemos abraçar e trocar carícias. Se bem que eu queria, mas venho falar da amizade virtual como condição de encanto e estima tão crescente nos dias de hoje.
Essa forma de relacionamento está em alta e continua subindo em um ritmo quase religioso, semelhante aos crentes frenéticos. Tomou parte da memória de multidões e, por meio da máquina (o computador), inserem crendices e valores numa relação paralela. E nessa relação muitos seguem cativando perfis virtuais e exaltando características expressas por indivíduo que está (ou esteve) do outro lado da rede. Ultimamente, a amizade virtual ganhou o imaginário, os encantos e o lúdico. Talvez seja por isso que passamos horas diante do computador. Ou não?!
Você deve está se perguntando por que eu gastaria meu corrido tempo falando essas besteiras. Bom, ter amigos remotos é muito bom... Mas acredito que gastamos muito tempo cultuando perfis virtuais e deixamos de fazer amizades reais e, com isso perdemos algumas práticas como, por exemplo, assistir uma comédia romântica com alguém especial coberto pelo edredom em um dia frio. Esquecemos de abraçar nossos pais. Deixamos de tomar sorvete olhando “olho no olho”. Essas coisas cafonas (mas que vitais para a confiança, afeto e porque não dizer para o amor), estão deixando de ser praticadas com o surgimento de novos hábitos. Ah, mas eu pareço um doido pedante falando isso!
Mas vamos concordar e acordar...
“Antes de máquinas, precisamos de afeição e doçura, mais que acúmulo de informação, carecemos de amor”.
A carência é tanta que Homens e Mulheres que estudaram e adquiriram bens, constantemente, se dizem só, e levam a vida procurando o amor em fetiches. Esses e outros fatos estão aí comprovando a teoria.
Mas o que tem de errado em buscar o amor nos artifícios, no mundo paralelo? Nada, não tem nada! Só quero que reflita:
“Ter amigos virtuais para trocar idéias, fazer intercâmbio cultural, receber lisonjas e lindos recados é bom, muito bom”. Mas...
...E quando um deles convida para almoçar ou se encontrar no shop?
-Ah, aí não dá, eu tenho medo, é tantos assaltos, sequestros!
E se o amigo convida para um simpósio acadêmico?
-Nossa, não vai dá!
E se o amigo convidar de novo, o “balde de água fria” é mais ou menos assim:
-“Gosto de vc, mas tenho medo de descortinar”. (não seria melhor dizer: gosto do seu perfil virtual????)
Se tem medo de descortinar, porque que enche o “saco” da pessoa com recadinhos doces?
Será os sites de relacionamentos um alojamento de solitários medrosos? Ou eu estou pirado de vez?!!
Seja o que for, os costumes estão mudando, e as práticas agradáveis estão naufragando no desuso. Que você pense nisso, que o mundo mude e que eu me acalme, pois estou carente. Gostou ou não gostou, comente!
Caldeira Silva