E foi assim que a briga começou (EC)

Era o terceiro prato aquela semana que voava na parede. Os nervos estavam à flor da pele. Ele não entedia o porquê, ela já sabia há muito tempo, mas nunca queria contar. Somente se irritava, e jogava pratos, copos, garrafas na parede. Estava ficando louca. Ele até já tinha procurado um médico, mas o caso não era para tanto.

Tentou recapitular os fatos de antes de ela ficar daquele jeito. Não tinha feito nada. Nem errado um pouco se quer. Bebido de mais, quem sabe? Não. Chegado tarde em casa? Também não. Estava difícil encontrar o motivo.

Tentou conversar com ela, mas nada de papo. Não fazia nada, além de tomar banho ao chegar do trabalho e ir se deitar.

Os dias só iam piorando, e nada dele entender. Até que tomou coragem, abriu a boca, depois do banho, e conversou seriamente. Saiu da ducha, jogou a toalha sobre a cama e iniciou o discurso.

- Não temos uma fábrica de porcelanas como a da Paola Bracho da novela, para ficarmos quebrando a torto e a direita. Que está acontecendo?

- É isso! É isso que está acontecendo. Eu não aguento mais. Não é a primeira, não é a segunda. Desde o dia em que casamos isso acontece.

- Isso o que meu Deus do céu?

- Isso aí que você acabou de jogar na cama.

Ele olhou. Não havia nada, a não ser a...

- O quê? Isso tudo por causa de uma simples toalha molhada em cima da cama?

...

- Bem, e foi assim que a briga começou. Por isso que eu preciso de um sofá, mãe!

*****

Este texto faz parte do Exercício Criativo - E Foi Assim Que a Briga Começou.

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Eduardo Costta
Enviado por Eduardo Costta em 16/10/2009
Código do texto: T1869005
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