DANÇA DE SALÃO

Desde que me aposentei há cerca de 14 anos, um pouco mais, um pouco menos, não sei bem, venho procurando preencher as horas que me sobram com alguma atividade para que a mente não se embote no marasmo do fazer nada.

Assim é que cursei quatro anos e meio de inglês no FISK, e três semestres de esperanto na UFC. Levei mais três anos tentando aprender violão, mas apesar da professora dizer que eu levava jeito, nunca consegui executar determinados acordes em que entra a tal da "pestana": uma certa posição dos dedos nas cordas que se voce não for um bom contorcionista de mão, não faz mesmo.

Foi, justamente, quando desisti do violão que descobri a Universidade Sem Fronteiras. Grande achado, e no momento propício! O que me chamou a atenção no anúncio publicado foi o curso que estava sendo oferecido - "Desenhando com o lado direito do cérebro". Fui, de imediato, me inscrever, mas, lamentavelmente, tal curso nunca veio a ser realizado. Consultando as opções existentes, e seguindo sugestão da secretária, matriculei-me no "Curso de Criação Literária", já que era dada a escrever umas besteirinhas. A escolha revelou-se muito proveitosa não só para ampliar meus conhecimentos na área da Literatura, como para melhorar meu estilo, além, é claro, das novas amizades feitas, algumas das quais perduram até hoje.

Este semestre depois de muito pensar, ver se o horário era adequado, e botar de lado a vergonha que me torna uma pessoa pouco sociável, resolvi tentar a "Dança de Salão com o objetivo de praticar algum exercício que me fosse prazeroso, pois sou por demais preguiçosa e falta-me o ânimo necessário para ir fazer "cooper" na Beira-Mar.

E não é que estou gostando? As aulas são muito alegres e animadas contagiando todos que ali estão. A princípio sentia-me um tanto retraída, mas, agora, estou começando a sair da casca. Muito embora esteja bem distante no tempo a minha época de bailes e danças, afinal é como andar de bicicleta - a gente nunca esquece.