PASSEI  ALÉM  DO  “BOJADOR”   
 
 
 
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
(...)
Amar é a primeira inocência,
E toda a inocência é não pensar...
(versos de Fernando Pessoa)
 
 
 

Faz algum tempo Falcão Dourado deixou um comentário num dos meus textos, que dizia: “Quando navegamos em águas claras... não há porque voltar atrás, o horizonte é o limite”.

 
Ao encontro desse horizonte sigo eu; o vento sopra a meu favor e à proporção que me distancio do cais vou me desprendendo das amarras e navego nesse mar sem  
fim; não deixo rastro, apenas um risco na água que logo se desfaz. E o que me dá tranqüilidade é que não me aventuro numa viagem de circunavegação, mas a certeza de não mais voltar ao ponto de partida.
 
Dos meus olhos não mais brotarão  lágrimas , pois para chorar já não mais existe a dor.
 
Afirmo tal, contrariando Shakespeare , que deixou dito: “Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente”.
 
Senti e dominei, dela consegui me libertar, passei além do “Bojador”. 
 
Sou e estou feliz agora.
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 15/10/2009
Reeditado em 15/10/2009
Código do texto: T1867042
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