PASSEI ALÉM DO “BOJADOR”
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
(...)
Amar é a primeira inocência,
E toda a inocência é não pensar...
(versos de Fernando Pessoa)
Faz algum tempo Falcão Dourado deixou um comentário num dos meus textos, que dizia: “Quando navegamos em águas claras... não há porque voltar atrás, o horizonte é o limite”.
Ao encontro desse horizonte sigo eu; o vento sopra a meu favor e à proporção que me distancio do cais vou me desprendendo das amarras e navego nesse mar sem
fim; não deixo rastro, apenas um risco na água que logo se desfaz. E o que me dá tranqüilidade é que não me aventuro numa viagem de circunavegação, mas a certeza de não mais voltar ao ponto de partida.
Dos meus olhos não mais brotarão lágrimas , pois para chorar já não mais existe a dor.
Afirmo tal, contrariando Shakespeare , que deixou dito: “Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente”.
Senti e dominei, dela consegui me libertar, passei além do “Bojador”.
Sou e estou feliz agora.