AZUL & ROSA
Tem coisas que definitivamente não entendo... Definitivamente não, eu quero entender! Por que as pessoas preocupam-se tanto com a opção ou orientação sexual dos outros? Por que as pessoas não podem aceitar simplesmente azul & azul, rosa & rosa?
Não tenho nada contra os homens, aliás, acho que a melhor definição para mim é gosto tanto deles que se fosse homem seria gay.* Entretanto, percebo que estes adoráveis homens, principalmente e não exclusivamente, são implacáveis com a homossexualidade. Observo também que são mais resistentes com os duetos masculinos. Os femininos, alguns acham até erótico e estimulante. Claro, desde que bem longe de casa. Assim também há mulheres que aceitam bem os homens gays, mas têm verdadeira repulsa às mulheres homossexuais, certamente por medo de serem cantadas, e assim acabam perdendo a chance de desenvolver uma amizade que poderia ser tão boa quanto a de suas amigas hétero. Talvez as pessoas que repudiam pensem que todo homossexual tem a libido à flor da pele e vive em eterna esbórnia e, com isso, cometa o duplo “pecado”: o de ser muito sexual e o de ser homossexual ainda por cima. A generalização nunca é inteligente, há homossexuais com libidos variadas, do zero ao exuberante, como acontece entre os heterossexuais também. Daí que, se a questão é essa, o preconceito vai ainda mais longe do que deveria...
Não quero discutir a causa, as razões, muito menos religião, culpa, pecado, moralidade ou imoralidade. Até porque já estão estudando se a coisa passa pela genética. Eu não tenho capacitação para esse tipo de debate e a grande maioria das pessoas também não tem. Não existe nada mais estúpido e pouco inteligente do que discutir e julgar o que desconhecemos. Prefiro ater-me aos fatos. O fato é que a homossexualidade sempre existiu e está aí bem diante de nossos olhos, presente na família, no grupo de amigos, enfim, parece cada vez mais próximo de nós. Não sei se aumenta a cada dia ou se sempre existiu na mesma proporção e apenas não é tão escondido atualmente. Dizem que cerca de 10% da humanidade sempre foi, é e será...
Já disse antes que gosto de todas as bichas, quando escrevia sobre filas, e gosto mesmo. Também acho que tamanho não é documento, sapatinho ou sapatão tanto faz, gosto, desde que não seja para o meu pé, exclusivamente hétero.
Gosto de minorias corajosas. Os homossexuais antes de tudo são pessoas, às vezes sérios, responsáveis, bons profissionais, inteligentes, bons filhos, bons amigos, bons pais e mães, e às vezes não são nada disso, exatamente como os héteros.
Ter uma opção ou orientação não significa que não possa aceitar as opções ou orientações das outras pessoas. Tanto sofrimento seria evitado se aceitássemos as diferenças...
Lembro-me de um homem, ser humano, pai e cidadão exemplar, que teve 8 filhos, todos homens. Um deles foi tão homem, que bem cedo declarou sua homossexualidade, achava indigno e imoral parecer o macho que não era. Então, o citado cidadão exemplar virou algoz do próprio filho. Foram tantas as brigas, rejeições, humilhações. Vivenciaram o verdadeiro inferno por longos anos, mas a vida ensina o que nos recusamos a aprender...
Este senhor padeceu de longa e penosa doença. Bem, de todos os seus 8 filhos, todos bem sucedidos e ocupadíssimos, qual foi o único a jogar tudo para o alto e ficar à cabeceira do pai enfermo? Justamente o mais ocupado, o renegado e tão humilhado gay.
A vida não ensina? Ensina sim, e às vezes ensina sem muita delicadeza.
Tenho medo de tanta intolerância, de tanta intransigência. Por que não podemos aceitar as diferenças? Aceitar não é adotar para si. É respeitar, não segregar, não humilhar, não depreciar, é conviver pacificamente. E antes que desatentos perguntem, eu repito, sou irredutivelmente hétero e não há nada que me afaste da minha opção e orientação. Mas por que a minha tem que ser boa pra todos? Que direito tenho eu de impor o que é bom para mim ao restante da humanidade? Eu combino rosa com azul, mas há quem prefira rosa com rosa e também azul com azul, e de que maneira isto me diz respeito ou prejudica? O que eu tenho com isso? Eu nada, nada mesmo, recuso-me a julgar as pessoas por opção ou orientação sexual. Creio que jamais devemos julgar de modo algum, mas não somos anjos e julgamos sim e também segregamos. Já que é inevitável, que segreguemos os estupradores, pedófilos, assassinos enfim, aqueles que de alguma forma prejudicam de fato a sociedade.
Abominar pelo simples fato de ser diferente é uma conduta condenável e cruel, é falso moralismo. E deixemos Deus fora das justificativas, ele nunca autorizou as crueldades cometidas em nome dele.
* Esta frase que tão bem me define é de autoria da escritora Djanira Luz.
Tem coisas que definitivamente não entendo... Definitivamente não, eu quero entender! Por que as pessoas preocupam-se tanto com a opção ou orientação sexual dos outros? Por que as pessoas não podem aceitar simplesmente azul & azul, rosa & rosa?
Não tenho nada contra os homens, aliás, acho que a melhor definição para mim é gosto tanto deles que se fosse homem seria gay.* Entretanto, percebo que estes adoráveis homens, principalmente e não exclusivamente, são implacáveis com a homossexualidade. Observo também que são mais resistentes com os duetos masculinos. Os femininos, alguns acham até erótico e estimulante. Claro, desde que bem longe de casa. Assim também há mulheres que aceitam bem os homens gays, mas têm verdadeira repulsa às mulheres homossexuais, certamente por medo de serem cantadas, e assim acabam perdendo a chance de desenvolver uma amizade que poderia ser tão boa quanto a de suas amigas hétero. Talvez as pessoas que repudiam pensem que todo homossexual tem a libido à flor da pele e vive em eterna esbórnia e, com isso, cometa o duplo “pecado”: o de ser muito sexual e o de ser homossexual ainda por cima. A generalização nunca é inteligente, há homossexuais com libidos variadas, do zero ao exuberante, como acontece entre os heterossexuais também. Daí que, se a questão é essa, o preconceito vai ainda mais longe do que deveria...
Não quero discutir a causa, as razões, muito menos religião, culpa, pecado, moralidade ou imoralidade. Até porque já estão estudando se a coisa passa pela genética. Eu não tenho capacitação para esse tipo de debate e a grande maioria das pessoas também não tem. Não existe nada mais estúpido e pouco inteligente do que discutir e julgar o que desconhecemos. Prefiro ater-me aos fatos. O fato é que a homossexualidade sempre existiu e está aí bem diante de nossos olhos, presente na família, no grupo de amigos, enfim, parece cada vez mais próximo de nós. Não sei se aumenta a cada dia ou se sempre existiu na mesma proporção e apenas não é tão escondido atualmente. Dizem que cerca de 10% da humanidade sempre foi, é e será...
Já disse antes que gosto de todas as bichas, quando escrevia sobre filas, e gosto mesmo. Também acho que tamanho não é documento, sapatinho ou sapatão tanto faz, gosto, desde que não seja para o meu pé, exclusivamente hétero.
Gosto de minorias corajosas. Os homossexuais antes de tudo são pessoas, às vezes sérios, responsáveis, bons profissionais, inteligentes, bons filhos, bons amigos, bons pais e mães, e às vezes não são nada disso, exatamente como os héteros.
Ter uma opção ou orientação não significa que não possa aceitar as opções ou orientações das outras pessoas. Tanto sofrimento seria evitado se aceitássemos as diferenças...
Lembro-me de um homem, ser humano, pai e cidadão exemplar, que teve 8 filhos, todos homens. Um deles foi tão homem, que bem cedo declarou sua homossexualidade, achava indigno e imoral parecer o macho que não era. Então, o citado cidadão exemplar virou algoz do próprio filho. Foram tantas as brigas, rejeições, humilhações. Vivenciaram o verdadeiro inferno por longos anos, mas a vida ensina o que nos recusamos a aprender...
Este senhor padeceu de longa e penosa doença. Bem, de todos os seus 8 filhos, todos bem sucedidos e ocupadíssimos, qual foi o único a jogar tudo para o alto e ficar à cabeceira do pai enfermo? Justamente o mais ocupado, o renegado e tão humilhado gay.
A vida não ensina? Ensina sim, e às vezes ensina sem muita delicadeza.
Tenho medo de tanta intolerância, de tanta intransigência. Por que não podemos aceitar as diferenças? Aceitar não é adotar para si. É respeitar, não segregar, não humilhar, não depreciar, é conviver pacificamente. E antes que desatentos perguntem, eu repito, sou irredutivelmente hétero e não há nada que me afaste da minha opção e orientação. Mas por que a minha tem que ser boa pra todos? Que direito tenho eu de impor o que é bom para mim ao restante da humanidade? Eu combino rosa com azul, mas há quem prefira rosa com rosa e também azul com azul, e de que maneira isto me diz respeito ou prejudica? O que eu tenho com isso? Eu nada, nada mesmo, recuso-me a julgar as pessoas por opção ou orientação sexual. Creio que jamais devemos julgar de modo algum, mas não somos anjos e julgamos sim e também segregamos. Já que é inevitável, que segreguemos os estupradores, pedófilos, assassinos enfim, aqueles que de alguma forma prejudicam de fato a sociedade.
Abominar pelo simples fato de ser diferente é uma conduta condenável e cruel, é falso moralismo. E deixemos Deus fora das justificativas, ele nunca autorizou as crueldades cometidas em nome dele.
* Esta frase que tão bem me define é de autoria da escritora Djanira Luz.