Homenagem aos que merecem

Em cada tempo há uma renovação de valores, há uma renovação de consciência, há uma visão diferenciada da cultura e dos seus produtores. Às vezes, chegamos a pensar que só somos lembrados quando as nossas obras se fazem necessárias para a realização, ou à promoção de alguém que se aproveita das boas obras de alguém para tornar-se conhecido e aparecer como interessado pela

cultura, por aquilo que marca a história dos homens e que fica como lembrança daqueles que passaram, mas deixaram suas obras como marca de suas existencias.

Quando se tem a oportunidade de prestar uma homenagem a um grande e eesquecido poeta, escritor, teatrologo, ou outro qualquer

artista que permanece no anonimato, porque não pertence a elite dos famosos, somos surpreendidos pela grandeza de suas obras, muitos desses artistas não tiveram a oportunidade de mostrar sua arte, de apresentar as suas habilidades, quando muito alcançaram foi a publicação simples de poucos volumes do seu trabalho que não consegue sequer ser divulgado em grande público porque o seu status não se iguala aos que já são conhecidos e famosos, quando muitas vezes a sua obra é bem mais valiosa doque aquelas que têm alcançado elogios de grandes criticos literários.

É preciso que se tenha uma visão de cultura, de conhecicmento e do que é ser artista, pelo que faz e pelo que ensina com suas obras marcadas pela sabedoria natural como poeta, como artista, às vezes até sem a mínima cultura escolar, "analfabetos" porque não tiveram a oportunidade de frequentarem uma escola, mas que nas suas poesias dizem coisas que só verdadeiros filósogfos sabem dizer, e dizem na mais singela linguagem, com a mais simples das expressões mas, que se tornam verdadeiras obras de arte como sentido poético dito em versos.

o nosso poeta sertanejo Antonio Pereira, o mais simples dos poetas do Sertão de Pernambuco, todavia, o mais filosófico de todos quando falava de saudade. Vejam o que disse certa vez: "A Saudade é um parafuso/que dentro da rosca cai/só entra se for torcendo/porque batendo não vai/ depois que enferruja dentro/ nem destorcendo ele sai.Esse é o poeta esquecido que precisa ser homenageado, mas que não recebeu ainda a sua merecida homenagem, sua obra é de grande valor, nunca foi publicada nem em cordel.É injustiça que se faz com quem nasceu poeta e fez da poesia sua vida de sertanejo, de agricultor que sabia cantar com a viola na mão.

BLopes
Enviado por BLopes em 14/10/2009
Reeditado em 14/10/2009
Código do texto: T1865166