Um dia de sossego.

Acordei em um dia de sossego, de ausência de sentimentos, de não sonhar, de não desejar, de não amar ou odiar. Um dia em que minha cabeça não se ocupou com comigo ou com qualquer outro.

Um dia vazio, sem regras, sem donos, sem nuvens. Um dia para olhar o nascer sol e ele ser apenas o sol e dormir com a lua sendo, simplesmente, lua.

Um dia que era somente um dia diferente de todos os outros dias, ouvir os pássaros cantando não era muito diferente de lembrar dos olhos dela, cheios de lágrimas dizendo que não ficariamos juntos. Quase seria um dia feliz, se fosse capaz desse sentimento naquele momento.

Sorria simplesmente por não ter de que me queixar, por não doer o peito ou o cotovelo. Pensava em como pagaria meu aluguel sem me angustiar, consegui até um emprego na política.

Na manhã seguinte, eu desejei um amor impossível.