Quando uma só não é suficiente

Assim que acordou decidiu que daquela semana não passava, sabia muito bem que elas já não poderiam estar mais ali quando resolvesse procurá-las, eram lindas, esbeltas e muito gostosas, e claro também despertava cobiça de outros rapazes. A paixão pelas duas foi algo fora do comum, deparou com elas em um único olhar distraído, chegou ao trabalho de boquiaberto e imaginando saindo com as duas, contou ao seu colega sobre a sua repentina paixão por aquelas duas e a sua ansiedade em vê-las novamente, o problema é que apesar dessa sua vontade insaciável, só teria dinheiro para levá-las para um lugar mais “discreto” na outra semana, o que com certeza seria tarde demais.

Na verdade até tinha uns trocados pelo menos para saciar-se com uma, no entanto para ele seriam as duas ou nada, a sua fome por elas era tamanha, chegou até sonhar com elas, mexendo-se pela cama acariciando-as com gestos de pura felicidade, sua mulher observando a tudo isso simplesmente o mandou dormir no sofá, não admitia um homem casado se comportando daquela maneira, o coitado sem entender acatou a bronca e continuou a maravilhar-se com as duas em pleno sofá, um dos filhos vendo toda a cena explícita, vindo do pai, desistiu de ir à cozinha e deu meia volta.

Durante o café da manhã, mal terminou de se alimentar despediu-se da família e se pôs na rua, a fim de apreciá-las novamente, e lá continuavam, outros homens também babavam por elas, aquilo lhe fazia o sangue ferver, enciumado chegava ao trabalho sem querer conversar com ninguém, não aceitava ver as duas sendo desejadas por outros, elas eram dele, só ele poderia sair com elas. E pensando desta forma que resolveu pedir ao seu colega um dinheiro emprestado, uma quantia razoável, o suficiente para sair com as duas depois do trabalho e se satisfazer como um garoto de 18 anos. O seu colega até tentou fazer ele mudar de ideia:

– Não seja egoísta, duas ao mesmo tempo é pecado, porque não leva só uma?

Com a grana na mão, combinou com elas o horário e o dia - Amanhã, após ás 19 horas! – Não disseram nem que sim, e muito menos que não, estavam ali para serem levadas pelo primeiro que oferece o valor cobrado, e percebia-se que até então não havia surgido nenhum interessado, aliás, nenhum com o dinheiro total, até pechinchavam, queriam sair com apenas uma, contudo sem sucesso. Chegou em casa com um sorriso de orelha a orelha, cantando como tivesse ganho na mega-sena, o que fez sua esposa estranhar e desconfiar da situação, aguardou ele ir tomar o banho e ao verificar um dos bolso da calça, assustou-se com o dinheiro e um bilhete de um hotelzinho barato.

Sem dizer nada, decidiu que o seguiria depois do expediente no dia seguinte, e assim se fez, sem saber que estava sendo seguido e já com as duas em seu carro, as levou justamente para o hotel que estava no bilhete, entrou com as duas meio desconfiado, olhando para os lados, como pressentisse algo, com elas no quarto, começou a despi-las vagarosamente apreciando cada curva, sem aguentar mais, sentindo o cheiro e querendo sentir o sabor, começou a saboreá-las com vontade, desde jovem vislumbrava com isso, possuir duas ao mesmo tempo, porém nunca pode por causa do preço, e agora era a oportunidade de concretizar um sonho, foi quando surgiu do nada a sua mulher, assustado, largou as duas rapidamente e tentou se explicar, era tarde demais, não tinha outra alternativa, a não ser dividi-las com ela, e dessa maneira o casal e as duas permaneceram até amanhecer no hotel.

Frustrado com o dia anterior devolveu o empréstimo e desconsolado desabafou com o colega:

- É, não foi desta vez que eu consegui realizar a minha vontade, minha mulher apareceu bem na hora e não tive escolha tive que dividir com ela.

E desta maneira passou o dia lamentando não ter comido sozinho as duas tortas importadas da Suíça, feito com o melhor leite e o melhor chocolate do mundo.

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 12/10/2009
Reeditado em 12/10/2009
Código do texto: T1861155
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