As procissões

Falando de imagens sacras, não poderia deixar de comentar sobre a emoção profunda que algumas delas me causavam, principalmente durante uma missa ou durante uma procissão, quando eram conduzidas em andor, e, especialmente, durante a procissão do encontro, na 6ª feira da paixão. Participava intensamente das solenidades e por duas vezes, vesti-me de apóstolo e exigia como condição básica, não representar Judas Iscariotes; preferia sempre um apóstolo que tivesse história de grande influência sobre os demais; sem traições ou negações! Depois, entendi que a segunda grande estrela da companhia era Judas; tirando Jesus, a grande estrela era o traidor Judas; o próprio Pedro vacilou, quando ouviu de Cristo, que antes do canto do galo, o negaria três vezes, o que a religião confirma. Eu rezava muito e venerava os santos de minha predileção, Santo Antonio e Nossa Senhora da Aparecida; jamais rezava para Jesus, não sei por que motivo, provavelmente, deixando-o para questões mais complexas, que nunca chegaram a aparecer naquela época de minha vida. Por mais que eu estudasse, jamais deixei de fazer minhas orações para proteção durante o período de provas, inclusive, levando as imagens de meus santos protetores no bolso. Essas lembranças sempre me fizeram compreender as razões que fazem o povo ter apego às religiões, de qualquer espécie, havendo até atrizes sofisticadas de televisão que são budistas; não os critico, porque é interessante a pessoa mais fragilizada, acreditar em alguma entidade protetora, de qualquer que seja a religião. Ainda hoje, gosto de ver nas igrejas, aonde vou por compromisso social, as belas peças de escultura que compõem as imagens sagradas. Houve caso no Rio de Janeiro, de um bispo que foi para o xilindró, porque deu ponta-pé em Nossa Senhora da Aparecida. Até eu achei que o sacana exagerou. Não crer já é uma crença!