O POETA

A mão enrugada do poeta, conduz o lápis desenhando letras que se transformarão em magia.

Ele cria rimas quando quer e se quiser; sem obrigatoriedade. Ele não rima o menino na porta da escola, não rima a flor nem o carro de defuntos, mas talvez rime a prostituta no cais, contando seus ais.

O poeta pode fazer o que quiser com as palavras; ele é o mágico e alem disso seus cabelos brancos lhe conferem esse direito.

Rima rica, rima pobre, métrica; para que. A criatividade é dele, não precisa se render a conceitos pré estabelecidos.

Disciplina também não, pois inspiração não chega na hora marcada. Ele mesmo diz que pode vir na hora em que o bonde passa, quando a folha cai ou até mesmo da titica de um pombo batizando o ombro de algum privilegiado. Por isso em seu bolso sempre há um lápis e um bloquinho de esboços, onde mais tarde na escrivaninha de seu quarto, geralmente acompanhado de uma bela caneca de vinho, ele encantará seus rudimentos, transformando-os em lindas pérolas.

Certa vez alguém lhe perguntou o que é ser poeta? Prontamente ele respondeu.

Ser poeta é ser meio louco; desligado da vida e das pessoas, mas ao mesmo tempo, sempre prestando muita atenção em ambas. Ser poeta é ater-se a detalhes, tomando os para si, moldando-os e devolvendo-os em forma de letras.

Ser poeta é aprender a ver o invisível.

pctrindade
Enviado por pctrindade em 11/10/2009
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