O Nobel Coroa Obama
No meio dos afazeres políticos, na nunca plácida rotina da Casa Branca, o presidente americano Barack Obama deve ter respirado fundo, talvez por mais de uma vez, ao ser comunicado por assessores da inusitada premiação:
- Oh, my God! – Pode ter dito, ou talvez pensado em dizer. Em seguida, exigiu confirmação.
- Não há dúvida. - Disseram os agitados assessores. - The man won.
Sim, Obama é o cara, e não Lula, apesar da polida troca de gentilezas que caracteriza a publicidade dos encontros entre ambos. O presidente correu em elaborar um discurso, agradecendo os bem-vindos US$ 1,4 milhão, que apressadamente adiantou serem destinados a obras de caridade.
Passado o susto, era hora de voltar à rotina do andamento do plano de recuperação econômica, da invasão ao Iraque, que os americanos não sabem como equacionar e da interminável batalha no Afeganistão, além de dezenas de outros pontilhados assuntos domésticos.
O mundo perguntou por que Obama ao comitê responsável nomeação. Os suecos sabem que a escolha foi polêmica, talvez não soubessem que causaria tanto embaraço, mas foram polidos, ao modo sueco de ser: ¨os extraordinários esforços para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos¨. No momento do anúncio, entre os atônitos ouvintes, o reverberar de palmas demorou, como demonstraram as imagens da Tv, sendo seguidos por uma interrogação incômoda, até para os moldes austeros da cultura nórdica.
A eleição de Barack Obama encerrou um conturbado ciclo de ódios, coroado por uma derrocada econômica que quase minou o capitalismo para um poço desconhecido cujo fundo parecia nunca ser alcançado. Tudo o que se segue a Bush parece ser melhor, e é justamente essa impressão que deve ter impressionado os membros do parlamento norueguês.
A escolha foi capitaneada por políticos, com interesses evidentemente ancorados na percepção de que o que é o melhor para o mundo é congelar qualquer intenção americana de acionar seus mísseis, e caças, e navios em direção a qualquer outro país do mundo. O temor teria feito o mundo, repleto de ovelhas, chamar o leão de bonzinho para que não nos devore? A ascensão política de Obama, com seu devido lugar na história, tem sido meteórica, digna de um enredo que nem mesmo o mais criativo roteirista poderia criar.
O Nobel veio cedo, é certo. Veio para as mãos certas? Não se pode ainda afirmar. Que os tambores da guerra esfriaram, isto é bem verdade, o próprio Hugo Chávez tem falado pouco do presidente americano. E como apunhalar alguém que se mostra aberto ao diálogo? Esse deve ter sido um dos motivos que levaram os suecos a aclamá-lo: Obama abriu-se a conversar com o mundo fazendo florescer o ¨diálogo diplomático¨.
O premiado, com menos de dez meses de mandato, é uma esperança. O que mais me chamou a atenção foi o fato da mesma demonstrar não ser uma característica essencialmente nacional. Ela existe em todos os cantos do universo, seja aqui, seja nas pradarias suecas. O mundo espera muito do líder americano. Ganhou agora um voto de confiança antecipado que recebeu críticas ácidas de muitos veículos jornalísticos em seu país, quando a sua capacidade de resolver os problemas nacionais é questionada. De qualquer forma, carrega ele agora uma coroa. Esperemos que sua cabeça seja forte e que, ao final das contas, a Era Obama nos traga algo mais que esperança, mesmo que venha esta a, costumeiramente, sepultar-se por último...
No meio dos afazeres políticos, na nunca plácida rotina da Casa Branca, o presidente americano Barack Obama deve ter respirado fundo, talvez por mais de uma vez, ao ser comunicado por assessores da inusitada premiação:
- Oh, my God! – Pode ter dito, ou talvez pensado em dizer. Em seguida, exigiu confirmação.
- Não há dúvida. - Disseram os agitados assessores. - The man won.
Sim, Obama é o cara, e não Lula, apesar da polida troca de gentilezas que caracteriza a publicidade dos encontros entre ambos. O presidente correu em elaborar um discurso, agradecendo os bem-vindos US$ 1,4 milhão, que apressadamente adiantou serem destinados a obras de caridade.
Passado o susto, era hora de voltar à rotina do andamento do plano de recuperação econômica, da invasão ao Iraque, que os americanos não sabem como equacionar e da interminável batalha no Afeganistão, além de dezenas de outros pontilhados assuntos domésticos.
O mundo perguntou por que Obama ao comitê responsável nomeação. Os suecos sabem que a escolha foi polêmica, talvez não soubessem que causaria tanto embaraço, mas foram polidos, ao modo sueco de ser: ¨os extraordinários esforços para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos¨. No momento do anúncio, entre os atônitos ouvintes, o reverberar de palmas demorou, como demonstraram as imagens da Tv, sendo seguidos por uma interrogação incômoda, até para os moldes austeros da cultura nórdica.
A eleição de Barack Obama encerrou um conturbado ciclo de ódios, coroado por uma derrocada econômica que quase minou o capitalismo para um poço desconhecido cujo fundo parecia nunca ser alcançado. Tudo o que se segue a Bush parece ser melhor, e é justamente essa impressão que deve ter impressionado os membros do parlamento norueguês.
A escolha foi capitaneada por políticos, com interesses evidentemente ancorados na percepção de que o que é o melhor para o mundo é congelar qualquer intenção americana de acionar seus mísseis, e caças, e navios em direção a qualquer outro país do mundo. O temor teria feito o mundo, repleto de ovelhas, chamar o leão de bonzinho para que não nos devore? A ascensão política de Obama, com seu devido lugar na história, tem sido meteórica, digna de um enredo que nem mesmo o mais criativo roteirista poderia criar.
O Nobel veio cedo, é certo. Veio para as mãos certas? Não se pode ainda afirmar. Que os tambores da guerra esfriaram, isto é bem verdade, o próprio Hugo Chávez tem falado pouco do presidente americano. E como apunhalar alguém que se mostra aberto ao diálogo? Esse deve ter sido um dos motivos que levaram os suecos a aclamá-lo: Obama abriu-se a conversar com o mundo fazendo florescer o ¨diálogo diplomático¨.
O premiado, com menos de dez meses de mandato, é uma esperança. O que mais me chamou a atenção foi o fato da mesma demonstrar não ser uma característica essencialmente nacional. Ela existe em todos os cantos do universo, seja aqui, seja nas pradarias suecas. O mundo espera muito do líder americano. Ganhou agora um voto de confiança antecipado que recebeu críticas ácidas de muitos veículos jornalísticos em seu país, quando a sua capacidade de resolver os problemas nacionais é questionada. De qualquer forma, carrega ele agora uma coroa. Esperemos que sua cabeça seja forte e que, ao final das contas, a Era Obama nos traga algo mais que esperança, mesmo que venha esta a, costumeiramente, sepultar-se por último...