96 - JEKAJHAKAGOUAKI...
96 - JEKAJHAKAGOUAKI...
Ele magrinho e barrigudo como uma cobra que engolira um sapo...
Vivia com disenteria e como diziam os seus irmãos “era um cagão”. Sempre que eu o via lembrava-me um personagens das histórias de Monteiro Lobato. Como se não bastasse ainda tinha o apelido.
Sua paixão maior era ficar o dia inteiro brincando com carrinho de direção. O fundo do quintal de sua casa dava lá pros lados da Chácara. Era um quintal enorme onde seu pai tivera a preocupação de plantar inúmeros pés de banana, como forma de garantir mais uma extensão do terreno que pertencia à CVRD. Aliás, todos os moradores tiveram a mesma preocupação.
Para dar mais sensação à descida com o carrinho no quintal eles fizeram uma longa estrada para descer serpenteando morro abaixo com o carrinho de roda de rolimã. Na verdade todos os meninos da rua gostavam de ir para a casa dele para ficar a tarde inteira brincando com carrinhos fazendo de conta que estavam lá na mina do Cauê.
Descer montado e subir arrastando morro acima. Tinham a opção de encurtar o caminho passando entre as touceiras de bananeiras, só que aí também era local onde normalmente o moleque barrigudo e lombriguento mandava ver quando precisava ir ao wc.
O moleque vivia dizendo que um dia seria chofer de caminhão lá na Companhia, tanto afirmou isto que acabou se danando nos três turnos lá na Vale. O título desta história tem tudo a ver com a observação que os amigos e irmãos faziam a respeito daquilo que encontravam no meio do bananal...
É aquilo mesmo que diziam que a “..... deixou na horta”. Desviando daqui e dalí diziam “Jekajhakagouaki”. Literalmente.