SOMOS COMO OS NOSSOS PAIS

A vida é muito engraçada... Tenho me deparado aqui em casa com situações muito novas e difíceis para mim...Faz pouco tempo eu reunia com minhas amigas para falar de roupas, homens, mulheres, sexo....Agora me vejo em casa recebendo meninas amigas da minha filha que se reúnem todo o final de semana na casa de uma delas...para falar dos mesmos assuntos! São três inseparáveis na verdade... E elas são bem mais altas do que eu, são mulheres calçam meu número e tamanho da roupa.... E fico sem saber como me portar...Não posso ser "aquela " Andrea que meus amigos conhecem- que bebe, fala besteira- e nem cópia da minha mãe repressora...Fico no maior dilema: qual é o limite entre ser mãe e amiga da filha? Até que ponto posso dividir experiências? E o pior de tudo: até que ponto posso me revelar e dizer o que eu fiz na idade dela ( não riam, vcs vão passar por isso). Ufa! Achava que difícil era correr atrás de menino pequeno. Hoje quando olho um bebê morro de saudade! Hoje o telefone celular da Bruna tocou e eu atendi- foi sem maldade, juro- e ouvi uma voz masculina grossa do outro lado. Então eu gelei e fiquei me perguntando se era um pedófilo! A gente ouve tanta notícia ruim que já vai logo pensando bobagem! Ah, como eu queria nesse momento que existisse escola só para mulheres, que mulher só pudesse sair depois de 18 anos e casasse virgem! Agora fiquei igual a minha avó... Me pego sendo bem mais conservadora do que minha mãe foi! Como deixar os filhos livres para fazer suas escolhas se a gente sabe que muitas delas vão prejudicá-los? Confesso que ás vezes torce para que a Bruna faça alguma coisa que mereça um castigo só para eu ficar tranqüila um final de semana... Mas ao analisar a situação friamente vejo que é muito bonito ver essas meninas desabrocharem e descobrirem o mundo, assim como eu fiz. Sei que não tem jeito, que ela vai escolher o caminho dela por mais que eu prefira que ele escolha ser freira... Então, no final das contas é como diz a canção: minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizermos, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.