14 - A RESENHA ESPORTIVA...

14. A RESENHA ESPORTIVA...

A famosa resenha era basicamente falar sobre futebol lá na Farmácia do Sindicato, então localizada na esquina da Avenida Cauê com a Rua Doutor Robson ali a galera se reunia para curtir os últimos episódios das nossas aventuras, fossem esportivas ou não!

Quando havia jogo de futebol aos domingos, era obrigatório ir à missa no sábado ou na Igreja do Rosário às 6 horas da manhã, ou às 7 horas na Igreja da Saúde aos domingos, caso contrário, era armar confusão em casa; todos de famílias católicas, só tínhamos como prática religiosa ir à missa, procissão quando na Semana Santa, bater o sino da igrejinha do bairro e ser coroinha do Padre Lopão era coisa para poucos...

Na resenha falar das jogadas perfeitas, dos gols marcados ou sofridos, torneios dos campeonatos era a preferência, vez ou outra, a conversa descambava para outros assuntos como namoradas etc., aí, o futebol perdia sua exclusividade, mesmo assim, a conversa era com muita reserva porque o grupo era muito grande e vai que alguém tivesse lá suas intenções com a irmã ou prima deste ou daquele, poderia resultar em confusão, respeitar a irmã do próximo era importante ainda que fosse tão somente quando o próximo estivesse presente. Mesmo assim, havia sempre alguém crescendo o olho!

Hoje em dia não há mais o hábito de juntarmos o grupo para um bate-papo nosso tempo foi engolido pelas múltiplas atividades e compromisso com a família ou trabalho até mesmo porque não há este tipo de reunião, quando muito, a gente se encontra de forma mais organizada somente nas torcidas pelos diversos clubes de futebol profissional, ou esporte especializado as torcidas ditas organizadas estão se profissionalizando já tem seus Sites, (Sítios na Internet), Sedes e apoio dos cartolas que usam as torcidas como massa de manobra. Bom, isto já é outro assunto!

Naquela época, televisão ainda não havia a gente já ficava de olho na programação de cinema na Sede do Valeriodoce, vez ou outra, lá estavam Seu Jujuca e o Zumário a preparar um Bang-Bang nos famosos seriados, Aventuras nos filmes de Tarzan ou levando ao ar, digo à telona, uma aventura amorosa.

Nós tínhamos tempo e local para as reuniões, ora nos reuníamos na varanda (abrigo) que existia no “Armazém da Vale”, na maioria das vezes era mesmo na Farmácia do Sindicato, ali havia os mais diversos personagens, se o assunto era futebol todos nós estávamos habilitados, quando fossem outros assuntos, como já disse aparecia certa reserva, mesmo porque as experiências não eram muitas, mas, já havia alguns mais atiradinhos, podemos analisar assim agora, distantes dos fatos.

Interlocutores os mais diversos, puxar um bom papo, sempre provocado pelo Mauricio ou Tião (eram funcionários da Farmácia) este último, até anotava os acontecimentos, tais como, resultado das partidas principais jogadores quem marcara os gols, juiz e bandeirinhas, os informes para as resenhas futuras estavam devidamente registrados. Interessante é que a Farmácia ficava aberta até altas horas, pois já naquela época era atendimento 24 horas.

Mas voltando ao assunto ao assunto Televisão, além da novidade ela não estava acessível para todos, no máximo, eu diria que todos tinham em casa era o famoso rádio de parede onde nós ouvíamos as Rádios novelas da Nacional ou Tupi, a imperdível “Aventuras do Anjo – famoso detetive” Inesquecível Jerônimo o Herói do Sertão.

Quando a televisão apareceu, no inicio, o máximo que nós conseguíamos era ser televizinhos, assistindo pelas janelas, isto quando os moradores permitiam. A Tevê, digo os programas, tinham outro nível, se faltavam recursos técnicos, sobravam qualidades nas produções.

Aos amigos que já foram para o outro andar, nossas melhores lembranças: Serginho Abritta – Geide Germano – Dêgo – Dico o Cabeça-de-Cobra – Miltinho Rosa – José Eustáquio, (Sô Cabral) – Marcelo Viana, Élbio José Vieira, Maisena e Nenzinho Gigante.

CLAUDIONOR PINHEIRO
Enviado por CLAUDIONOR PINHEIRO em 09/10/2009
Reeditado em 09/10/2009
Código do texto: T1856665