Apareceu o macaco.

Quando adolescente, trabalhei em uma empresa. Era uma fábrica de tecidos. Por ocasião da entrega da mercadoria aos clientes era de praxe trabalhar a noite, fazendo horas extras.

Tínhamos um colega que era muito brincalhão e, por fazer muita macaquice, era apelidado de macaco.

O local de trabalho era no segundo pavimento da fábrica, em cima da tecelagem. Uma das salas dava para um terraço que fazia divisa

com o telhado de outra indústria.

Éramos oito funcionarias em salas diferentes, cada qual com suas atividades.

Todas nós estávamos muito concentradas no trabalho, quando, de repente, um grito ecoou no ambiente. Assustadas, corremos para o local de onde vinha o grito. Estava muito calor e trabalhávamos com as portas e janelas abertas.

Ana, a funcionaria que gritou, estava muito assustada: dizia que o macaco tinha agarrado e arranhado sua perna.

Ficamos chocadas.

Ela confirmava “é verdade ele fugiu para o telhado”.

Isso já passou do limite. Brincadeiras como essa era demais!

Indignadas corrermos para o terraço. Qual foi nossa surpresa ao vermos, pulando pelo telhado, fugindo apressado, um macaquinho verdadeiro!

Esquecemos o susto e a dor de Ana e foi uma risada geral!Nunca iríamos imaginar que ali, em pleno bairro do Braz, teríamos um macaquinho genuíno, quando tínhamos entre nos, um

colega brincalhão, apelidado de macaco.